Projeção da organização é que as feiras devem movimentar mais de R$ 2 bilhões pelos próximos 12 meses

Os números da ‘Feira das feiras’ demonstram a grandiosidade e a importância da retomada destes eventos, principalmente para a cadeia produtiva moveleira. Fimma e Movelsul, realizadas de forma excepcional e concomitante neste ano, atraíram 30.295 mil visitantes de todos os estados brasileiros e 41 países. O resultado não poderia ser mais otimista: a organização estima que, juntas, Fimma e Movelsul movimentarão mais de R$ 2 bilhões pelos próximos 12 meses. O evento foi realizado de 14 a 17 de março, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves, com a presença de 500 marcas expositoras em 58 mil metros quadrados.

Os bons resultados não poderiam ser diferentes. Após dois anos sem realização de nenhum evento por conta da pandemia de covid-19, o otimismo pairava pelo ar. Com público qualificado, Fimma e Movelsul receberam profissionais de diversas áreas ligadas ao segmento – indústria de móveis; fornecedores de máquinas, acessórios, ferramentas e matérias-primas; arquitetos; designers; varejistas e compradores estrangeiros. Para impulsionar as oportunidades no mercado externo, ambas as feiras tiveram Rodadas de Negócios Internacionais com compradores vindos de 18 países-alvo para a cadeia moveleira.

O Sindmóveis – entidade promotora da Movelsul – estima que esta edição movimentará R$ 379 milhões em negócios. Já a projeção da Movergs – que realiza a Fimma – é de U$ 330 milhões. As entidades consideram crescimento nominal de 15% em relação às últimas edições presenciais (Movelsul em 2018 e Fimma em 2019), com um período de 12 meses para que as transações se concretizem, pois, em alguns casos, as feiras são o primeiro contato para os negócios. Conforme o Departamento Municipal de Trânsito (DMT), a média de automóveis que passaram pelo local foi de 6 mil veículos ao dia.

Relacionamentos e parcerias

O presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), Rogério Francio, destaca a importância das feiras presenciais como ponto de encontro para prospecção de parcerias. “É verdade que bons negócios podem ser feitos de modo remoto, mas nada substitui o olho no olho, o aperto de mãos, a experiência de estar próximo ao empresário ou prestador de serviços. Esse contato é essencial para uma boa leitura do mercado”, comenta.

Quanto à edição unificada, Francio reforça a assertividade da decisão considerando que ainda estamos em um cenário de pandemia e algumas incertezas econômicas. “Avaliamos como positiva a união das duas feiras, afinal, tivemos sucesso absoluto de aceitação entre expositores e visitantes que, durante quatro dias, buscaram lançamentos, inovação e negócios vantajosos”, afirma.

Na avaliação do presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) e da Movelsul 2022, Vinicius Benini, todo esse otimismo confirma a importância dos eventos de negócios para a cadeia moveleira. “Está na essência do Sindmóveis buscar oportunidades e oferecer vitrines para os empresários. No ano em que a entidade nasceu, foi criada a primeira Mostra do Mobiliário. Hoje, encerramos uma edição histórica da Movelsul: em parceria com a Fimma, unimos o setor de ponta a ponta no principal evento brasileiro voltado à profissionais”, resume.

O presidente da Fimma 2022, Euclides Rizzi, salienta a inovação como grande diferencial desta edição. “Chegamos ao final da Fimma com a certeza de que ela é uma feira essencial para fomentar o incremento de tecnologia e inovação na cadeia moveleira. Acredito que tudo isso coroou o fruto do trabalho de todas as equipes. Apesar de a tecnologia ser importante, sentimos que a conexão e os relacionamentos são essenciais para as pessoas. Foi um grande evento, que marcou a retomada”, explica.

Boa perspectiva

A realização de feiras, conforme o empresário Juarez José Piva, está no DNA de Bento Gonçalves. “Desde a nossa primeira Fenavinho, Mostra do Mobiliário, a própria Fimma, as perspectivas são sempre excelentes, principalmente pela vocação de sermos diferentes, de nos desenvolvermos. Avalio de forma positiva as feiras pelo público que se apresentou, pelos contatos, pelas trocas de ideias. Temos boas perspectivas do mercado, de que bons negócios que sejam realmente realizados e que possamos ter um bom desenvolvimento. Apesar de toda turbulência no mercado, a gente acredita que com a criatividade dos empreendedores brasileiros, a força da nossa indústria e a vontade do povo brasileiro em consumir, podemos ter um ano excelente”, considera.

A diretora do Grupo Sandrin, Renata Sandrin, afirma que a feira surpreendeu positivamente, comparada com a última edição, na qual participaram, realizada em 2018. “Se vê realmente uma movimentação bem superior, circulação de pessoas e público qualificado pelos estandes”, menciona.

Para a empresa, a edição conjunta foi um bom local para alcançar novos clientes. “Alguns negócios são consolidados durante a própria feira. O contato físico aquece a proximidade com essas pessoas. Muitas negociações são fechadas pós-feira, mas justamente por essa aproximação que ela nos propicia”, conta.

Sandra realça que, segundo informações dos organizadores, houve recorde de público. “O comportamento do consumidor mudou, e as empresas e as feiras estão se movimentando para acompanhar essas mudanças”, finaliza.

Inovação foi uma das palavras-chave das feiras

Além de conferir as novidades do setor moveleiro, dentro da programação das duas feiras, muitas atividades foram desenvolvidas. Um dos espaços que chamou a atenção foi o Ecossistema de Inovação, na Fimma, além do Hub Moveleiro, uma plataforma de conteúdo que abrangeu uma série de artigos e vídeos sobre a cadeia de madeira e móveis.

Projetado para funcionar como uma arena de boas ideias, o espaço Ecossistema de Inovação foi o ponto de encontro para visitantes e expositores das feiras expandirem conhecimentos, conhecerem cases de sucesso e buscarem parcerias com empresas e instituições dispostas a apostar em projetos de destaque. A grande atração foi a programação presencial do Fimma Summit, com palestras e pitchs com startups.
O diretor de Inovação da Fimma 2022, Giovanni Cechin Rodrigues, explica que esse movimento encabeçado pela feira faz parte de um conjunto. “O mote da inovação nasceu com o sucesso do Fimma Inova, programa lançado pela Movergs em 2020 com o objetivo de simplificar a inovação para a cadeia de madeira e móveis”, explana.

A iniciativa deu tão certo que a 3ª edição do Fimma Inova foi lançada no palco do Ecossistema de Inovação. “Com orientação de parceiros e apresentação de cases inspiradores, o programa mostra aos profissionais da cadeia moveleira que é possível inovar sem abrir mão da sua essência. Viver essa experiência se torna um divisor de águas profissional e até mesmo pessoal. Sigo isso não apenas como diretor de Inovação da Fimma, mas também como participante do programa”, relata Cechin.

Isso, conforme o presidente da Fimma, Euclides Rizzi, vem para agregar ainda mais. “Além de apresentarmos produtos como máquinas, softwares e matérias-primas, criamos o Ecossistema de Inovação. Esse espaço contou com a presença de 14 instituições e empresas parceiras, assim como quase 30 palestras sobre os mais diversos temas ligados à inovação. Tudo isso reforça a posição da Fimma como quinta maior feira do mundo em seu segmento”, declara.

Já no Hub Moveleiro, foram entrevistados vários convidados para falar de temas como inovação na arquitetura e design, soluções criativas para espaços, design estratégico, identidade como marca e estratégias para vender em marketplaces. Além disso, rodadas de negócios internacionais e outras tantas atividades ajudaram a desenvolver a programação dos quatro dias dos eventos.