Você até pode ser exceção na regra, mas dificilmente não há quem não tenha realizado algum tipo de exame de imagem, como raio-X ou tomografia, entre outros. Passado o tratamento, a maioria de nós fica com estes materiais guardados, temendo que algum dia seja necessário mostrá-lo novamente a algum médico. Outros, no entanto, não sabem como descartá-lo, enquanto outra parcela da população, simplesmente, fecha os olhos e coloca no lixo, sem se dar conta aos danos que está causando ao meio ambiente.

Preocupado com essa questão ambiental, o Hospital Tacchini realiza há algum tempo o trabalho da logística reversa para este tipo de resíduo, contando com o trabalho de uma empresa licenciada e especializada em dar o destino correto a este tipo de material. O engenheiro ambiental e segurança do trabalho Renato Conci, responsável pelo SESMT e pela Gestão Ambiental da Instituição, explica que esse tipo de material não pode ser descartado no lixo comum. “Tanto exames de raio-x, quanto tomografias ou ressonâncias contém substâncias tóxicas que agridem a natureza se descartados de maneira incorreta”, relata, ressaltando que o material recuperado no raio-x, por exemplo, é o nitrato de prata, sendo que a porção plástica é destinada para ser reciclado.

Por outro lado, mas não menos importante, cabe ressaltar que mais de 90% dos exames de imagem são impressos hoje em papel filme, o qual pode ser descartado junto com qualquer outro tipo de papel. Além disso, muitos exames se quer são impressos, pois os mesmos são digitalizados e ficam a disposição dos médicos para análise, quando necessário.

Exames realizados no Tacchini Sistema de Saúde – Mensalmente, o Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI) dos Hospitais Tacchini e São Roque realizam cerca de 18,4 mil exames de radiografia, tomografia, ressonância magnética, eletrocardiograma, oftalmologia, densitometria óssea, mamografia e ecografia. Devido ao volume expressivo de materiais, o CDI procura informar todos os pacientes que recebe seus exames, desde que os mesmos tenham sido feito no Hospital Tacchini. Já no Hospital São Roque, em Carlos Barbosa, os materiais são repassados a uma empresa que faz a separação dos materiais que existem nas lâminas. “É importante, porém, que as pessoas tenham consciência sobre os danos que são gerados ao meio-ambiente e procurem verificar o local correto para dar o destino certo aos seus exames velhos”, conclui a coordenadora do CDI, Cláudia Ceccon.

 

Curiosidade – Quando enviados à empresa especializada e licenciada para este tipo de trabalho, os exames de radiografias, por exemplo, ficam de molho em uma mistura que leva soda cáustica. A parte escura se desprende. É prata, que segue para outro tanque e, depois, para a fundição. Para conseguir um tijolo com cinco quilos de prata, são necessárias 50 mil chapas de raio-x. O plástico que sobra do processo passa por lavagem, secagem e vira caixinhas, em vários formatos. O que poderia contaminar a natureza passa a presentear e enfeitar muita gente.