Informação foi divulgada pelo ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, em encontro em Caxias do Sul

O trecho de 13 quilômetros da BR-470, entre os municípios de Bento Gonçalves e Carlos Barbosa, na Serra Gaúcha, deve ser estadualizado até o final do semestre. A informação foi divulgada pelo ministro de Infraestrutura, Marcelo Sampaio, ao participar de reunião almoço realizada na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) na segunda-feira, 2 de maio.

A estadualização do trecho de 13 quilômetros, entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa, foi assunto após Sampaio responder o questionamento da presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), Marijane Paese, e da presidente do Corede Serra, Monica Mattia. “Estamos trabalhando na estadualização desse trecho da 470, alinhados, seguindo trâmite no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e no Ministério da Infraestrutura”, enfatiza.

Conforme ele, até o fim de junho a rodovia deixará de ser federal. “A 470 está dentro da nossa agenda. Queremos ver esse programa estadual sendo bem sucedido com relação a faixa de concessão. Nosso compromisso é até o final deste semestre estar com essa rodovia já delegada ao Estado”, revela.
Conforme a presidente do CIC-BG, Marijane Paese, é sabido que o Governo Federal não tem previsão de investimento para as melhorias na BR-470. “Para a duplicação do trecho que compreende Carlos Barbosa até a entrada do Vale dos Vinhedos é necessário que ocorra sua estadualização e, então, inclusão no bloco das três rodovias integrantes do projeto de concessões proposto pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul. Essa inclusão não significa mais custos no pedágio, pois a praça de cobrança existirá com ou sem ela. A diferença é que se a rodovia for estadualizada, pode ser incluída e, consequentemente, fazer parte do bloco que será impactado pelo pedágio. A duplicação do trecho, no entanto, é uma das etapas do trabalho de recuperação estrutural, pois são necessárias melhorias também no restante da rodovia. A vantagem da estadualização é que teremos menor quilometragem rodoviária sob a guarda federal para cobrar investimentos de duplicação e melhorias”, indica.

Já o presidente da Associação das Entidades Representativas de Classe Empresarial Gaúcha (CICs Serra), Elton Paulo Gialdi, enfatiza que a estadualização do trecho é a parte menos importante de toda a concessão de rodovias. “Entendo que todo esse processo foi algo muito desastroso e vai impactar negativamente e de forma expressiva no custo da logística da Serra Gaúcha. Uma vez que ocorreu isso, que mesmo que de forma desastrosa o governo do estado entende que quer assinar o contrato da concessão, acredito que o menos pior é que esses 13 quilômetros entrem na proposta. Pelo menos é uma maneira de recebermos os investimentos que estão previstos em três anos”, pondera.

Segundo o empresário, neste período existe o prognóstico de que se tenha a duplicação da 470 e da 446. “Por isso entendo que, diante deste cenário que se criou, se nós deixarmos a 470 sem os investimentos ou para que sejam feitos em uma segunda etapa pelo governo federal, isso ainda piora o quadro que se criou diante deste processo”, considera.