Em entrevista exclusiva ao Jornal Semanário, Adiló Didomenico (PSDB) detalha feitos da gestão vigente e projetos para os próximos quatro anos

No domingo, 27 de outubro, Adiló Didomenico (PSDB) foi reeleito prefeito de Caxias do Sul, vencendo uma disputa acirrada contra o vereador Maurício Scalco (PL), com 116.730 votos (51,38%). Ele se tornou o primeiro prefeito reeleito da cidade desde José Ivo Sartori, em 2008. Em entrevista ao Jornal Semanário, Didomenico falou sobre os desafios e prioridades para os próximos quatro anos, além de questões centrais para a Serra Gaúcha.

Um dos principais focos do segundo mandato de Adiló Didomenico será a ampliação da infraestrutura aeroportuária, com ênfase nas obras de expansão do Aeroporto Hugo Cantergiani.

Além disso, ele destaca que um novo projeto para a construção do Aeroporto da Serra Gaúcha, em Vila Oliva, está em andamento, o que representa uma oportunidade de desenvolvimento significativo para a região.

Relação com as prefeituras da região
A relação entre as prefeituras de Caxias do Sul e Bento Gonçalves, assim como com as demais cidades da região, tem sido marcada pela busca por uma integração sólida que valorize os interesses comuns da Serra Gaúcha. Nos últimos anos, estas parcerias têm se fortalecido em torno de projetos de infraestrutura, desenvolvimento econômico e promoção do turismo, atendendo às demandas de um território que compartilha desafios e potenciais. Com a continuidade das gestões em Caxias e Bento, a expectativa é de que esses laços se consolidem ainda mais, promovendo avanços significativos para os municípios envolvidos. Considerando a continuidade da administração local em ambas as cidades, o prefeito Adiló Didomenico destaca como serão as parcerias no próximo mandato. “Seguirá como antes, com muito diálogo em torno dos interesses comuns da Serra Gaúcha”, afirma.

Retomada do turismo
As movimentações turísticas são cruciais para a economia da Serra Gaúcha. Porém, durante as enchentes de maio, toda a logística do estado foi afetada, com o Aeroporto Salgado Filho fechado por mais de cinco meses. Neste contexto, Didomenico destaca o papel do Aeroporto de Caxias do Sul e os projetos para a próxima gestão. “Seguiremos com as obras de ampliação do Aeroporto Hugo Cantergiani, este que na calamidade foi crucial para o cumprimento da demanda de voos, inclusive voos humanitários”, pontua.

O Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, crucial em 2024. Atualmente opera com uma pista de 1.670 metros, menor que a pista provisória, de 1.700m, que o Salgado Filho está operando após a reabertura

Ele segue abordando a atuação do local, ressaltando a importância estratégica do Aeroporto Hugo Cantergiani para o desenvolvimento da Serra Gaúcha, destacando seu papel central no fluxo turístico e na facilitação de eventos regionais e nacionais em Caxias do Sul. “Nosso aeroporto é muito importante para toda a região, especialmente para os Vinhedos (Bento Gonçalves e região) e as Hortênsias (Gramado e região), que são locais altamente turísticos. Caxias do Sul, nos últimos meses, foi palco de grandes eventos esportivos e de negócios. O Hugo Cantergiani é de grande importância para o acesso ao centro do país”, frisa.

Partida entre Internacional x Delfin, pela Copa Sul-Americana 2024, foi disputada em Caxias do Sul, no Estádio Alfredo Jaconi (imagem: Ricardo Duarte / SC Internacional)

O prefeito finaliza destacando uma dos grandes projetos para os próximos quatro anos, como parte dos esforços para melhorar a infraestrutura aeroportuária local. “Paralelo a esse investimento que realizamos no aeroporto regional, estamos a um passo de abrir a licitação para a construção do Aeroporto da Serra Gaúcha, em Vila Oliva. O projeto já foi aprovado pela Secretaria de Aviação Civil (SAC). Estamos no aguardo do orçamento para abrir a licitação. Em breve, poderemos anunciar oficialmente essa nova etapa de um dos maiores sonhos de toda a nossa região”, finaliza.

Território projetado para a construção do aeroporto, no distrito caxiense de Vila Oliva. A localidade se encontra cerca de 40km a sudeste da área urbana de Caxias do Sul e 20km a norte de Gramado / Canela

Caso Magnabosco
Ao longo dos últimos anos, um dos maiores desafios enfrentados pelas gestões de Caxias do Sul, é o desenrolar do Caso Magnabosco. Tudo começou em 1966, quando a família Magnabosco doou uma área de 57.000 m² para a construção da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Porém, o terreno não foi utilizado para esse fim e acabou sendo ocupado por moradores, formando o bairro Primeiro de Maio. Em 1982, o município foi incluído como réu no processo, acusado de ter facilitado a ocupação ao fornecer infraestrutura para a urbanização. Há décadas, a situação se arrasta na justiça, com a prefeitura de Caxias do Sul sofrendo diversas punições. Adiló Didomenico revela como está a atual situação do processo. “O Caso Magnabosco se encaminha para o desfecho final, visto que, propomos uma negociação dentro das possibilidades que o município tem de pagar o que deve à família”, destaca, indicando que esse longo capítulo da história caxiense, deve ter um desfecho nos próximos quatro anos.

Bairro Primeiro de Maio, em Caxias do Sul

Obras no Desvio Rizzo
O prefeito também detalha como está o andamento da obra de revitalização do acesso ao Desvio Rizzo, um bairro, que junto das proximidades, conta com mais de 60 mil habitantes. As operações foram iniciadas em abril de 2023, com custos na casa dos R$40 milhões e prazo de entrega de 18 meses, porém, ainda não foram concluídas. “Estava se encaminhando dentro do previsto, até que a empreiteira vencedora da licitação (Aura Terraplanagem e Pavimentações) teve seus bens confiscados por causa de um processo trabalhista. Por esse motivo, não foi possível dar seguimento ao contrato. Partimos para a empresa segunda colocada no processo. Estamos trabalhando na implementação das redes de esgotamento sanitário em conjunto com a Codeca. Ambas as empresas estão trabalhando no local, e a obra deve ser concluída em um ano”, detalha.

As obras de revitalização do acesso ao Desvio Rizzo, tinham previsão inicial de entrega em outubro de 2024. Novo prazo prevê a conclusão até novembro de 2025 (imagem: Codeca / divulgação)

Combate às enchentes
Nos últimos quatro anos, o Rio Grande do Sul enfrentou as piores enchentes de sua história. Neste contexto, Adiló Didomenico destaca quais planos têm sido elaborados para a prevenção desses desastres e o fortalecimento de órgãos públicos. “Implantamos, em setembro, a Comissão Municipal sobre Mudanças Climáticas (CMMC) de Caxias do Sul, vinculada à Secretaria do Meio Ambiente (SEMMA), tem por finalidade promover e monitorar a elaboração e a implementação de ações e políticas públicas relacionadas à Política Municipal sobre Mudança do Clima. A Defesa Civil faz parte do corpo técnico desta comissão”, destaca.

Considerações finais
O prefeito reeleito finaliza destacando qual legado ele pretende construir ao longo desses próximos quatro anos. “Cumprir com dedicação e muito empenho o segundo mandato, chance que a comunidade caxiense me deu. Enfrentamos muitas dificuldades como estiagem e calamidade, tendo que focar em salvar vidas. Agora, temos muitas obras a serem concluídas e assim será feito, com o nosso vice-prefeito Edson Néspolo. Pretendo deixar o legado do trabalho, da honestidade, para que Caxias do Sul e a Serra Gaúcha continuem se desenvolvendo sendo os melhores lugares para as pessoas viverem com qualidade de vida”, finaliza.

O vice-prefeito Edson Néspolo (União Brasil) e Adiló Didomenico (PSDB) – (imagem: ASCOM Adiló Didomenico / divulgação)

Imagem da capa: Eduardo Carneiro / Divulgação