No espaço serão expostos 27 microcarros da coleção particular de César Cini, dentre eles o Zundapp Janus

Quem nunca se encantou com carros antigos, carregados de simbolismo e história? Há ainda aqueles que os colecionam. Foi pensando nisso, que o empresário César Cini resolveu presentear a comunidade com um museu de microcarros: o Cini Microcars Collection. Focado em carros com menos de 1000 cilindradas, o espaço irá contar com a exposição de 27, vindos de países como Holanda, Espanha, Alemanha, Itália, Inglaterra, Argentina e Estados Unidos. Dentre eles está o mais raro da coleção, o Zundapp Janus.

A atração pelo antigomobilismo – como é chamado o hobby – de Cini começou quando, entre 1993 e 96, morou na Itália e se apaixonou por carros pequenos, principalmente o Cinquecento. Depois disso, passou a comprar alguns modelos e se tornar conhecido no meio do colecionismo. O primeiro microcarro adquirido por ele foi, nada mais, nada menos, que um Fiat Cinquecento 1970. “Tenho o prazer de ‘garimpar’ mundo afora, fazer toda a logística para importar e depois curtir o carro aqui em Bento”, destaca.

Coleção é composta por 35 relíquias. O verde, da marca BMW, nem no museu da fábrica há um tão conservado, segundo Cini. O branco foi fabricado por uma empresa alemã de aviação. Foto: Franciele Zanon

Passados 25 anos, a coleção de microcarros do empresário é composta por 35 veículos. “Cada carro é um desafio e a gente nunca está satisfeito. É bacana a busca por algo, a ajuda dos amigos que também são apaixonados pelos antigos. Através dos carros fiz muitas amizades no exterior. Gosto de ficar garimpando as coisas, e ter são como pequenos troféus”, comenta o colecionador.

A estrutura do museu

espaço de 600 m² está localizado no Vale do Vinhedos, um dos cartões-postais do turismo da Serra Gaúcha. A previsão é que os primeiros testes de visitação iniciem no final de junho. Segundo Cini, este é o único museu de microcarros do Brasil aberto ao público.

César exibe um dos carros em frente ao local onde será localizado o museu. Foto: Arquivo pessoal

O potencial turístico foi determinante para a escolha do local. “É uma coleção particular que abro para as pessoas verem. O museu tem o compromisso de surpreender os visitantes, tanto os leigos quanto os entendidos. Além disso, é algo que vai chamar atenção também das crianças”, enaltece o empresário.

Processo de importação

Para que cada microcarro chegue ao Brasil, existe um processo burocrático para a importação, menciona Cini. “É bem lento. Requer pedir autorização para o governo e até ao Ibama. Pode levar um ano. O brasileiro sofre bastante, pois compra e não pode colocar simplesmente em um navio e enviar ao Brasil. Tem que arranjar um lugar para colocá-lo, fotografar o carro, buscar a ficha técnica e começar um processo junto ao governo para importar, além de pagar muitas taxas e, então, esperar acontecer. Quando chega aqui é mais outra novela”, resume.

Premiação em São Paulo

Em 2017, César Cini participou do Concours D’Elegance da Federação Internacional de Veículos Antigos (FIVA), na Hípica Paulista, onde foi agraciado com o prêmio do carro de maior valor histórico: um Piaggio Vespa 400, o único carro produzido na história da Piaggio, além dos scooters Vespa.

A premiação foi dado pelo carro de maior valor histórico: um Piaggio Vespa 400. Foto: Arquivo pessoal

Ele conta que não esperava pela conquista. “Havia carros de US$ 2 milhões e eu estava com o meu carrinho francês. Tinha comprado na Holanda, única dona, com apenas nove mil quilômetros. Juntei as notas originais de manutenção do carro quando este “morava”em Paris e fiz um quadro para apresentar aos jurados e isto contou muito”, lembra.