Mesmo em meio a pandemia, 2020 e 2021 se destacaram na abertura de novas empresas, principalmente de microempreendedores individuais. Professora do Senac explica tendências do mercado para o período atual

A abertura de novos negócios no modelo de pequenas empresas atingiu nível recorde no Rio Grande do Sul em 2021. Em um ano conturbado por conta da pandemia, os pequenos empresários mostraram anseio pela retomada da economia. O estado registrou o cadastro de 196.153 MEIs (microempreendedores individuais).

No geral, foram 241.986 novas empresas abertas em território gaúcho e registradas na Junta Comercial, Industrial e de Serviços do Rio Grande do Sul (JucisRS). Em comparação a 2020 o crescimento foi em mais de 20%, quando o total geral foi de 196.302 novas constituições.

Os anos de 2021 e 2020 superaram o período pré-pandemia. Em 2019 foram registrados 186.746 novos empreendimentos, número menor do que apenas o MEI do ano passado. Os fatos apenas mostram que durante a pandemia, empreender foi a saída da população para buscar renda.

Segundo a economista, mestre em Engenharia da Produção e professora da área de Gestão no Senac de Bento Gonçalves, Susete Bridi, a partir da reforma trabalhista, que ocorreu em 2017, as empresas puderam optar pela contratação de funcionários terceirizados. “Em qualquer atividade que seja complementar à atividade constante do objeto social da empresa, a abertura de um negócio próprio se tornou benéfico tanto para as empresas contratantes quanto ao funcionário”, explica.

Ela destaca também que em um mercado extremamente competitivo onde a mão de obra especializada e qualificada tem um valor elevado, ter uma MEI significa poder prestar serviços sem vínculo empregatício com a empresa contratante. “Ou seja, menor custo para o contratante e melhor remuneração ao microempreendedor, o qual pode atender em vários horários em diferentes estabelecimentos”, menciona.

Dicas para empreendedores

Para iniciar um novo negócio, segundo a economista, a especialização é fundamental. “O conhecimento na área em que se quer atuar e o constante aprendizado são fundamentais”, acredita.

Ademais, ela acredita que saber a respeito do produto ou serviço com o qual se quer trabalhar é de extrema importância, além disso, é preciso saber qual o público alvo a ser atingido. “Também quais as carências que este mercado apresenta e que ainda poderão ser supridas ou melhoradas”, opina.

Para negócios já existentes, Susete acredita que há como impulsionar. “Atualização sempre. Estar acompanhando tudo o que acontece de novo no nicho que se pretende atuar. Buscar conhecimento diariamente. Também é interessante aumentar a rede de contatos e estar presente nas mídias sociais para estar sempre em contato com os consumidores”, valoriza.

Trabalho no meio digital

A professora do Senac acredita que, sem dúvida, trabalhar com um meio digital é imprescindível para o sucesso. “É fundamental que o empreendedor tenha conhecimento das estratégias comerciais e utilize de todas as ferramentas que o mundo digital dispõe. Lembrando que, segundo pesquisas, os brasileiros passam em média nove horas e 14 minutos diários na internet. Para se manter no mercado e alcançar o público desejado, o acesso as mídias sociais é decisivo”, ressalta.

Nichos em destaque para 2022

Foto em destaque: Thamires Bispo