As feiras e o parque
Em contagem regressiva para a realização da 11ª edição, os organizadores da Fimma Brasil 2013, que inicia no dia 18 de março e espera receber cerca de 40 mil visitantes, ainda esbarra em problemas estruturais do parque de eventos. Enquanto a Fundaparque pouco faz, é a Movergs que deverá investir cerca de R$ 300 mil para resolver problemas ligados ao saneamento em pavilhões e outros R$ 300 mil para tentar solucionar o problema do reforço na oferta de energia elétrica durante o evento. Enquanto isso, a feira esbarra na falta de espaços físicos para atender, por exemplo, pedidos de governos de países da Europa, que poderiam estar em Bento mas, mais uma vez, ficarão de fora por falta de investimentos consistentes na estrutura do parque. Dinheiro federal, emendas parlamentares, novo pórtico, plano diretor ou plano máster, nada disso saiu do papel até agora. Está na hora de agir. Do contrário, a realização das feiras por aqui está ameaçada, mesmo que ninguém toque oficialmente no assunto. É que perder as feiras seria o caos para a cidade. Para se ter uma ideia, só a edição anterior da Fimma movimentou, entre negócios realizados ou prospectados na feira, US$ 403 milhões. Isso sem falar no benéfico efeito cascata que movimenta toda a economia local. Não custa lembrar que, mesmo cedido, o parque é público. Portanto, não seria o mometo do Poder Público tomar as rédeas da discussão sobre o futuro do local?

Sem sair do papel
Mesmo sem recursos, o governador Tarso Genro garantiu que a desapropriação da área para a construção do novo aeroporto regional em Vila Oliva não será empecilho, e admitiu que poderá ajudar a prefeitura de Caxias, a quem caberia comprar o terreno. No dia 25, o novo secretário de Infraestrutura e Logística do estado, Caleb de Oliveira, que garantiu prioridade para a obra, estará em Brasília para conhecer os detalhes sobre o Plano de Investimentos em Aeroportos. O governo federal disponibilizou R$ 300 milhões para os três estados do sul, mas o governo gaúcho ainda não sabe com quanto dinheiro poderá mesmo contar.

Estradas e protestos
O diretor de Obras do Daer garantiu esta semana que uma força-tarefa vai incrementar as obras emergenciais na RSC-470 e na RS-324 enquanto as obras que constam do Crema/Sema não saem do papel. O receio é que isso só aconteça em 2014. É que, como o novo edital seria encaminhado à central de licitações do governo apenas ontem, a expectativa é que o novo vencedor do processo seja conhecido em até seis meses. Enquanto isso, os protestos continuam.

Campus em disputa
O vice-reitor da UFRGS, Rui Vicente Oppermann, confirmou esta semana em Bento que a instalação de um campus da universidade na Serra Gaúcha está garantida, e especulou que a escolha do local deverá estar decidida até o final do ano. Opermann reiterou o que havia dito ao Semanário no final de 2012: o processo será retomado a partir de março e, como não houve consenso na região sobre o melhor local para o campus (pelo menos quatro municípios, entre eles Bento e Caxias, manifestaram interesse), a decisão será da universidade, que vai apresentar as exigências e definir qual proposta melhor atende às necessidades da UFRGS.

A gaita do rei
Esta semana, os mais saudosos puderam ver uma antiga gaita Todeschini na tevê. Na série que conta a história do rei do baião Luiz Gonzaga, cujo centenário foi festejado em dezembro passado, o próprio artista apareceu tocando o acordeão produzido em Bento na antológica apresentação realizada na fachada do cinema Pax, no Rio, nos idos dos anos 40. O instrumento fabricado por aqui até 1973 naquela que chegou a ser a maior fábrica de acordeões da América Latina antes de se transformar numa das gigantes do setor moveleiro era o preferido de Gonzagão, que chegou a compor e gravar uma canção chamada Garota Todeschini, em 1967. Nos versos, lá pelas tantas, o sertanejo revela o amor à gaita bento-gonçalvense em ritmo de forró:
Quando boto ela no peito/ Sinto o mundo em minha mão/ Cada baixo representa/ Um pedacinho do sertão/ É dela que tiro o pão/ Com ela é que eu dou estudo/ Garota Todeschini, prenda minha/ Com essa gaita e você sou tudo.

Para onde vai a Fenavinho? (2)
A nota “Para onde vai a Fenavinho?”, publicada neste espaço na edição da quarta-feira, rendeu diversos telefonemas e e-mails de leitores e autoridades. Uns contra, outros a favor. Concordando ou discordando, o certo é que o assunto prende o interesse do leitor. Um dos mais qualificados apontamentos certamente foi o do leitor Antônio Antunes de Lima, que chegou a participar de reuniões como vice-presidente financeiro da festa, mas deixou a organização do evento por perceber que não há apoio para a realização da festa. “Não há nenhum cantineiro na diretoria”, reclama espantado. É verdade. Para ele, o que falta para a Fenavinho é a participação dos verdadeiros interessados economicamente nela: os vitivicultores, os cantineiros e o Poder Público. Está correto, é preciso mesmo retomar a participação atuante e unida do setor vitivinícola, mas também é preciso ampliar essa participação e o debate sobre a real vocação do evento.

Certa vez, o presidente João Strapazzon afirmou à coluna que o caráter de festa gradativamente estava dando lugar à feira, e que este era um caminho sem volta. Mas a Fenavinho não pode se restringir a um evento comercial. Isso se faz com mais resultados em São Paulo. Qual o diferencial de Bento e da Serra Gaúcha? Os vinhedos, a vindima, a colônia, as cantinas, a hospitalidade, a gastronomia, a festa. Somente equilibrando festa e feira é que a Fenavinho poderá sobreviver – ou renascer. A Festa da Uva aprendeu a lição. O que parece faltar por aqui.

Falta transparência, falta um debate em que toda a sociedade esteja envolvida. Se a condição de Oscip deveria garantir isso por força legal, não é o que acontece na prática. Mesmo que preste contas aos órgãos oficiais que a apoiam e que esteja à mercê das prerrogativas do Ministério Público, o que falta é o debate pleno, aberto e participativo. Hoje, a sociedade sabe que há dívidas, que há cobranças judiciais, mas não conhece a fundo a situação ou mesmo como chegamos a isso e aceita o caminho fácil de culpar A ou B ou o agora distante sonho da Parintins da uva e do vinho. Não seria o caso de, antes de afirmar que a feira sai em 2014, convocar um seminário para debater com seriedade a situação atual e as alternativas para sair da crise?

Ponto
Mesmo que em janeiro os móveis e painéis continuem contando com IPI zero, a realidade começa a mudar a partir do próximo mês.

Entre fevereiro e junho, o setor deve pagar em média uma alíquota de 2,5% de IPI, caso não haja nova prorrogação. A previsão é que em julho à alíquota cheia de 5% volte a ser cobrada.

Com isso, a previsão de crescimento do setor deve ficar entre 3% e 5% para este ano, revelam as entidades.

A renúncia fiscal estimada para 2013 com o desconto do IPI é de R$ 650 milhões no setor.

O secretário em exercício da Agricultura, Claudio Fioreze, garantiu que mais de R$ 10 milhões serão repassados ao Ibravin, conforme o Plano de trabalho aprovado pelo Conselho Deliberativo do Fundovitis em dezembro do ano passado.

O Simmme já iniciou as obras de sua nova sede social. A sede própria está sendo construída na Alameda Fenavinho.

O site norte-americano CNN Travel e a revista Wine Enthusiast elegeram o Vale dos Vinhedos como um dos 10 destinos do mundo que merecem a visita dos amantes de vinhos.

O Vale aparece ao lado de lugares tradicionais do mundo do vinho, como o Vale do Douro, em Portugal, a região de Puglia, na Itália, ou o Vale do rio Danúbio, na Áustria, e de outros locais emergentes, como o Vale de Hunter, na Austrália, e a região de Stellenbosch, na África do Sul.

A tão esperada audiência sobre o trem regional deve sair em fevereiro em Caxias, segundo o Departamento de Trens do Ministério dos Transportes, que deve receber nos próximos dias o estudo sócio-econômico sobre a viabilidade do modal por aqui.