Salta aos olhos, ao bom senso e à razão o que está acontecendo no Brasil, neste período eleitoral. Estamos vendo a tal de “propaganda gratuita” (que de “gratuita” não tem absolutamente nada, já que nós, povão, estamos pagando regiamente essa conta) que é um autêntico festival de impropriedades. São candidatos a mandatos proporcionais – deputados e senadores – prometendo coisas que estão anos-luz distantes das atribuições de parlamentares. Raros são os que comentam sobre reforma política, via reforma constitucional, que é a forma única de se fazer qualquer reforma, desde que sob a responsabilidade de uma Assembléia Constituinte Exclusiva – algo que dá brotoeja nos políticos, já que se assim fosse eles, certamente, perderiam muito das benesses que usufruem largamente. E os que falam e/ou prometem são aqueles que não têm a menor chance de conquistar o mandato. E, como sempre, as figuras folclóricas, que provocam risos, abundam por todo o país. Aliás, na verdade são figuras que alegram os programas políticos, tão maçantes. E não faltam os ataques pessoais, claro. Candidatos que até ontem estavam num lado, não hesitam nas contradições. Alguns “isentos”, agora mostram a sua cara e nos fazem entender suas posições dúbias quando militavam na imprensa. Já outros, que estão no parlamento há várias décadas sem jamais terem feito nada para o Estado do Rio Grande do Sul, agora se apresentam como solução para todos os problemas. E se chegarmos aos candidatos aos cargos executivos veremos que apresentam TUDO, menos propostas, planos de governo, projetos, que é o que a população e os eleitores com um mínimo de consciência sobre o que representam as eleições e seus votos gostariam de saber. Os ataques pessoais, agressões, ofensas, calúnias, difamações, injúrias, enfim tudo está em pauta, menos o que realmente interessa. A internet, com suas redes sociais onde existem milhares de analfabetos políticos e com cultura geral bem abaixo da média, facilmente manipuláveis, portanto, oferece de tudo, menos elementos confiáveis para se adquirir conhecimentos. Nessas redes sociais, onde fakes se apresentam com toda a sua estupidez e ignorância, poder-se-ia mobilizar o judiciário centenas de vezes por segundo. Incrível o ponto de irracionalidade a que pode chegar uma pessoa, movida pelo ódio – não raramente, gratuito – contra um candidato ou partido. E os que são regiamente pagos para atacar e ofender partidos ou candidatos contam, também, com a ignorância desses irracionais a que me refiro que sequer se dão ao trabalho de conferir a veracidade do que recebem ou leem. Sem dúvida, estamos diante do que de pior poderia um processo eleitoral oferecer: a estupidez e a ignorância das pessoas “sem noção”. E, o pior, são essas que querem “mudar o Brasil”. Que tal começar por elas próprias? Seria um bom começo.