Médico enfatiza que as mudanças de estação, mais do que na temperatura, alteram diversos fatores que afetam o corpo humano

O outono chegou e, pouco a pouco, os dias quentes vão dar lugar às temperaturas mais baixas, próprias do inverno. Além disso, este período é marcado pelo aumento das chuvas. Com isso a mudança do clima, é necessário ter muita atenção e cuidado com a saúde.

O clínico geral e cardiologista, Leandro Passarelli Barbosa, enfatiza que as mudanças de estação, mais do que na temperatura, alteram diversos fatores que afetam o corpo humano. “Como a umidade do ar, que interfere diretamente no nosso aparelho respiratório”, menciona.

Barbosa destaca que o outono é uma das estações mais desafiadoras para o sistema imunológico. “Devido às mudanças nas temperaturas e umidade do ar, agravando principalmente as síndromes respiratórias e alergias”, realça.

Conforme o médico, nesta atual estação é muito comum observar os setores de Emergência dos hospitais mais cheios, com queixas respiratórias. “Felizmente, uma minoria dos casos é grave. Os principais causadores de doenças neste período do ano são os vírus, favorecidos pelas baixas temperaturas e pelo maior confinamento em ambientes fechados, que facilitam sua propagação e maior contaminação de pessoas”, esclarece.

De acordo com o clínico geral, pacientes que costumeiramente sofrem de problemas como rinite, sinusite, asma e demais síndromes respiratórias ou alérgicas devem manter seu tratamento regular. “Em caso de sintomas, devem procurar uma avaliação médica”, recomenda.

Além disso, pacientes com doenças crônicas também devem ter maior precaução. “Pois o estado crônico de inflamação compromete a imunidade do paciente, podendo piorar doenças crônicas prévias, bem como o deixar mais propenso a doenças como gripes, resfriados, pneumonias e demais alergias”, expõe.

O cardiologista realça que pacientes cardiopatas também devem redobrar os cuidados com a saúde. “Baixas temperaturas, sobretudo no inverno, mas também no outono, podem aumentar o risco de Infarto Agudo do Miocárdio, piorar sintomas de dor no peito (angina) e agravar quadros de hipertensão (pressão alta). Nas temperaturas mais frias o corpo humano tende a fazer vasoconstricção (estreitamento das veias), como forma de conservar calor, porém esse mecanismo favorece a aumento da pressão arterial e pode predispor a quadros de infarto e angina”, explica.

Segundo Barbosa, outra alteração do corpo humano que também pode impactar na saúde cardiovascular é o estado pró coagulante. “Ou seja, favorece a coagulação do sangue, aumentando o risco de doenças cardiovasculares como o próprio Infarto Agudo do Miocárdio, arritmias cardíacas e Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, conclui.

Para o médico, algumas atitudes simples podem ajudar a cuidar melhor da saúde para não sofrer com a mudança de temperatura. Ele indica que pacientes portadores de doenças crônicas, principalmente respiratórias, devem manter seu tratamento regular; além disso, outra recomendação é hidratar-se adequadamente. “O estado de desidratação predispõe a tromboses, piora de funcionamento dos rins e consequente queda na imunidade”, salienta.

Ademais, cessar o tabagismo e evitar ambientes com muita poeira, sobretudo pacientes com histórico de doença pulmonar ou alergias crônicas também é recomendado, além da lavagem de mãos regularmente. “Medida muito falada durante a pandemia e que vale lembrar sempre. Muitas doenças e muitos vírus são propagados através da contaminação das mãos”, sublinha.

Mais dicas para manter a saúde

• Manter uma temperatura adequada na sua casa ou trabalho.
• Usar roupas quentes para manter o corpo aquecido em dias frios, evitando choque térmico.
• Arejar o ambiente de casa ou de trabalho, sempre que possível, minimizando concentração de micro-organismos que causam infecções.
• Trocar roupa de cama ao menos duas vezes na semana.
• Medidas mais gerais como alimentação adequada, sono regular e exercícios físicos estão sempre indicadas em qualquer época do ano.
• Vacinação em dia. A vacina da gripe é muito útil na prevenção de casos graves de síndromes gripais e diminui a ocorrência de casos. Principalmente idosos e pessoas com comorbidades devem priorizar a vacina.
• Vacina Pneumocócica 23. É uma vacina voltada para paciente idosos com comorbidades e risco aumentado para Pneumonia Grave. É disponível na rede particular e no SUS depende de prescrição médica atendendo aos critérios.
• A vacinação contra a covid-19 segue sendo recomendada pelas autoridades sanitárias. Mantenha seu calendário vacinal atualizado.
• O uso de máscara de proteção segue desobrigado para a maioria das atividades, porém, ao apresentar sintomas respiratórios, é recomendável seu uso em locais fechados, como forma de minimizar a transmissão de vírus e bactérias.
• Em caso de sintomas, procure seu médico.