Proposta foi apresentada para prefeitos e governo, e prevê retomada gradual das atividades do setor turístico

Elencado como o segundo maior destino do Brasil, a Serra Gaúcha é um dos berços do turismo no país. Neste momento de pandemia, o setor na região também sofre um impacto econômico expressivo. Para isso, o Comitê Pró-Turismo Bento apresentou na segunda-feira, 27, a proposta do Modelo de Distanciamento Controlado, baseado na retomada gradual e segura das atividades do segmento, elaborada pelo Comitê da Retomada Turismo Rio Grande do Sul.

Na foto, presidente do Segh, Márcia Ferronato (e), prefeito de Bento Guilherme Pasin e presidente do BCB, Gabrielle Rodrigues. Foto: Emanuele Nicola, divulgação

A iniciativa surgiu da coordenação do G30 – grupo de empreendimentos da região da Uva e Vinho e das Hortênsias – e Sebrae/RS. De acordo com o secretário de Turismo de Bento Gonçalves, Rodrigo Ferri Parisotto, a provocação na busca por ações de fomento veio do questionamento coletivo “o que podemos fazer?”. “A estabilidade (das bandeiras) faz com que a gente não possa avançar. Estamos a um passo muito próximo de tudo isso acontecer. Encaminhamos a proposta a deputados estaduais e ao governo do estado”, destaca Parisotto.

Mesmo que parte das empresas sobrevivam, o risco do turismo do estado minguar é gigante. Gabrielle Rodrigues, presidente do Bento Convention Bureau

Começou como um comitê de retomada do turismo da Serra Gaúcha e passou a ser do Rio Grande do Sul, como um todo. “A ideia é a adoção no estado inteiro”, afirma a presidente do Bento Convention Bureau, Gabrielle Signor Rodrigues. Na apresentação, ela citou que a Serra possui estrutura de hotelaria, gastronomia, comércio, eventos e atrativos turísticos. “Mesmo que parte das empresas sobrevivam, o risco do turismo minguar é gigante, pois o turista se interessa por “clusters” completos. Ou seja, o fechamento de muitas empresas agora significa o fechamento das demais, depois”, diz.

Propostas

Entre as propostas sugeridas e que visa a equalização das restrições previstas em cada bandeira estão maior controle nas filas e aglomerações, espaçamento obrigatório nos estabelecimentos e rastreamento de público nos eventos, maiores áreas sociais nos hotéis, espaçamento maior nos restaurantes e testes de saúde para viajar entre os estados. “Nossa proposta é avançar o modelo. Precisamos retomar, de forma responsável e gradual”, frisa a presidente do Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria (Segh) – Região Uva e Vinho, Márcia Ferronato.

Conforme estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o Rio Grande do Sul é o quarto estado com mais perdas na categoria do país. “Nosso foco imediato é que o governo flexibilize o modelo. Teremos sucesso se contarmos com o apoio massivo do setor. O Rio Grande do Sul é um destino seguro e seremos excelentes nessa retomada”, reitera a diretora do Spa do Vinho, Deborah Villas-Bôas Dadalt.

Para saber

1 – Região das Hortênsias e Uva e Vinho abriga mais de quatro mil empresas ligadas ao turismo, 25 mil empregos diretos e cerca de 73 mil pessoas dependentes.

2 – Turismo no RS perdeu quase R$ 5 bilhões, de março a junho deste ano.

3 – Apenas 25% das empresas seguem ativas.

4 – Previsão de 40% da gastronomia encerrar totalmente.

5 – Dos 21 setores da economia, o turismo é o que mais demitiu.