Data é ainda mais importante após a pandemia do coronavírus, quando médicos ficaram na linha de frente no combate à doença
Neste domingo, 18, comemora-se o Dia do Médico. A necessidade da profissão no dia a dia das pessoas se destacou diante de tantas dificuldades impostas pelo coronavírus. Não apenas a população brasileira, mas o mundo inteiro admira ainda mais esses profissionais que mesmo diante de um vírus desconhecido, permaneceram na linha de frente combatendo a doença.
Alguns acreditam que a medicina é um dom, como é o caso do médico ortopedista Diego Gyboski. “É uma ideia desde a infância, uma espécie de vocação, que conforme você vai evoluindo no estudo, tem uma tendência natural para uma área específica e eu acabei me voltando mais às ciências da saúde”, explica.
A otorrinolaringologista Roberta Gerber também acredita que a profissão seja uma vocação. “Quando tinha 15 anos, trabalhei como voluntária na pediatria da Santa Casa de Bagé. Nesse trabalho, tive certeza absoluta de que eu queria ajudar pessoas. Quando entendi que o propósito da minha vida era esse, percebi que meu caminho era esse”, afirma.
Para os profissionais da saúde, não há satisfação maior do que ver um paciente se recuperando ou receber o agradecimento de um familiar. Gyboski destaca que esse reconhecimento vem de inúmeras formas. “Por aquele abraço, pela gratidão sobre um atendimento bem feito ou um tratamento que deu resultado, ou até mesmo em situações de ter retorno com relação a tratamentos. Em ortopedia a gente lida muito com dor, então às vezes não conseguimos ter uma solução definitiva para o problema, mas tentamos amenizar a limitação funcional daquela pessoa. Também fazemos amizades nesse processo. Isso é o que dá mais satisfação”, esclarece.
Tendo como objetivo resolver os problemas de quem chega no consultório pedindo auxílio, Roberta também se satisfaz com a melhora da saúde dos pacientes. “Falo que uma das coisas que sempre tenho muito claro em minha cabeça é que quero que eles saiam melhor do que chegaram. É medicina por amor total”, assegura.
Medicina por amor
Para Roberta, a medicina é muito mais que uma profissão, mas um propósito de vida. Segundo a médica, a sociedade e, em especial, os pacientes que atende, valorizam isso. “É muito difícil alguém que eu atenda e não saia com uma gratidão que me faça muito bem, então tenho um retorno bom porque todos são muito gratos”, garante.
O ortopedista confirma que a comunidade, em si, valoriza e confia muito nos médicos. “Tenho muito orgulho de dizer que meus pacientes têm uma confiança muito grande nas minhas condutas e orientações quanto aos tratamentos. Acredito que esse profissional ainda tem uma credibilidade muito grande, por serem bem qualificados. Buscamos muito conhecimento, nos aprimoramos, porque não podemos deixar de estudar nunca. É preciso se atualizar para fazer melhor”, frisa Gyboski.
Essa valorização faz com que o empenho pelo trabalho aumente ainda mais, o que, para a otorrinolaringologista, pode gerar uma das dificuldades da profissão. “Acho que é conciliar a medicina como propósito e um tempo de qualidade com a família da gente. Porque quando se faz medicina dessa forma, a vontade é dedicar 100% do tempo”, aponta Roberta.
Atendimento no município é modelo
Em Bento Gonçalves, o Sistema Único de Saúde (SUS) não é um problema para os médicos, sendo modelo para o Rio Grande do Sul e até mesmo para o país. Gyboski diz que um dos maiores problemas, em outros lugares, é exercer a profissão por causa da saúde pública, mas na Capital do Vinho há grandes privilégios. “Temos suporte muito grande do SUS, um atendimento padrão e se tem um retorno do poder público em todas as patologias. É uma situação muito diferenciada, pois no geral, as dificuldades são o acesso à saúde, más condições de trabalho. Não poderia deixar de citar Bento como sendo um desses locais. Temos uma capacidade estrutural muito grande”, admite.
Medicina em tempos de pandemia
Para a médica, o trabalho não mudou muito por causa do coronavírus. O que se altera é a forma como o paciente é recebido. “O que faz mais sentido para mim é que o espaço onde trabalhamos tem que ser muito bom, a ponto das pessoas se sentirem muito acolhidas. Às vezes o paciente chega com queixas, mas o problema maior é porque ele está ansioso com outras coisas e é preciso enxergar isso. É preciso acolher para curar”, garante.
Segundo o ortopedista, foi um período de adaptação. “No início até nós, profissionais médicos, tínhamos muitas dúvidas sobre o que estava por vir. Aos poucos a gente percebeu a necessidade dos cuidados básicos, como a questão do distanciamento. Procuramos fazer (no consultório) um agendamento bem espaçado entre um paciente e outro, e conseguimos dar um atendimento adequado”, conclui.