Na segunda-feira, 5 de setembro, comemorou-se o Dia do Irmão. A data surgiu em homenagem a Madre Teresa de Calcutá, falecida em 1997, neste mesmo dia. A celebração é realizada desde 2007, quando completou 10 anos de sua morte.

Inicialmente, a referência de “irmãos” feita pela data era em relação ao “próximo”, com intenção do dia servir de incentivo para as pessoas repensarem suas relações com outros indivíduos, tornando-se, assim, mais humildes e empáticas. Mas, no Brasil, a comemoração se popularizou entre a relação de irmãos dos mesmos pais.

O trio musical

A amizade fraterna é um dos maiores tesouros que se pode ter. Um exemplo dessa união entre irmãos é o trio de músicos, Camila Farina, 40 anos, regente coral, professora de musicalização e bacharel em Turismo; Diogo Farina, 44, músico e advogado e Cassiano Farina, 41 anos, jornalista e músico.

Ao todo, são quatro irmãos. O único que não seguiu no ramo musical foi Marcus Vinícius, que resolveu percorrer outro caminho, mas nunca deixou de apoiá-los. A paixão pela música, neste caso, passou de pai para filhos. “Nosso pai, Geraldo, é maestro e sempre foi um grande incentivador e inspiração pra nós. E nossa mãe, Leniz, hoje canta num dos corais, no qual sou regente”, revela Camila.

Os irmãos tocam juntos desde a infância, em 1995, quando montaram a primeira banda, em Veranópolis, que teve uma vida breve. Depois de um tempo, cada um formou projetos individuais e após alguns anos, juntaram-se novamente. “Em 2001 começamos a nos apresentar no formato trio acústico e depois em 2008, montamos a banda Farina Brothers, que além dos manos, conta com Vinicius Buffon e Rodrigo Valério”, comenta.

Camila ressalta o sentimento que permeia o trio e como essa experiência influencia sua convivência com os irmãos. “Somos privilegiados por ter a oportunidade de fazer um som juntos e de sermos sócios naquilo que mais amamos. Não dá pra negar que é um grande orgulho fazer parte de uma família musical”, realça.

Ela revela que são muito unidos e defendem uns aos outros. “Claro, sempre tem alguma divergência, seja por conta de repertório ou de coisas do dia a dia. Apesar disso, o fato de termos um trabalho em conjunto, acaba por gerar um sentimento amplificado do ‘ser irmão’. Nossos pais são muito responsáveis por este sentimento, de que a família sempre foi e será a coisa mais importante em qualquer situação”, completa.

Uma infância musical

Outro exemplo de união através da música é a história das irmãs Alessandra Baggio Pereira Silva, 24 anos e Aline Baggio Pereira, 22. Juntas, participaram do Projeto Acorde, idealizado pelo Instituto Tarsício Michelon e através de aulas de música, compartilharam experiências durante quase 10 anos.

Aline iniciou no projeto em 2009, quando a professora Raquel de Marco foi convidar os alunos da EMEF Professora Maria Borges Frota para participar das aulas. “Minha irmã se interessou muito quando levei a flauta doce para casa e um ano depois entrou para o projeto também”, lembra.

As duas iniciaram, a musicalização com a flauta doce, e, depois, Aline mudou para o clarinete e Alessandra foi para a flauta transversal. Segundo Aline, a música as uniu muito e, sempre que possível, estavam participando ativamente das atividades e apresentações. “Gostávamos muito do projeto e foi lá que nos tornamos muito amigas, pois tínhamos algo que adorávamos fazer juntas”, reconhece.

Elas cresceram neste ambiente musical presente nas aulas realizadas no Dall’Onder Grande Hotel e permaneceram até um pouco antes da pandemia de covid-19. Esses anos todos com a flauta em suas vidas, foram essenciais para forjar quem elas são agora. “Estar lá, participando e aprendendo música, nos ajudou na formação de quem somos hoje. Apesar de eu não seguir na música, minha irmã, Alessandra, estuda sobre isso até hoje e faz aulas de órgão”, revela.

Atualmente, além de seguir com aulas de música, Alessandra trabalha como auxiliar de creche e cursa Pedagogia no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). Já Aline, estuda Medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Unidas pela padaria

O fortalecimento da amizade entre as irmãs Cátia e Aline Bagnara, aconteceu após o destino dar uma oportunidade profissional a elas, em 2015. Desde então, são sócias e comandam a Padaria e Confeitaria Amore Mio, localizada no bairro Licorsul.

A dupla revela que na época de infância e adolescência, sua relação era bastante conturbada. “Precisávamos estudar em escolas diferentes, pois discutíamos muito, o que mudou completamente após a vida adulta”, conta.

Quando Cátia recebeu a oferta de assumir a padaria, não pensou duas vezes e chamou a irmã para dividir essa experiência. “Não imagino mais ninguém ao meu lado, apesar das diferenças de pensamento quando mais novas, hoje vejo que tudo está alinhado e estamos muito unidas”, sustenta.

Para Aline, a irmã mais nova, tudo mudou após abraçarem essa oportunidade. “Estamos mais amigas do que nunca. Não me vejo mais sem ela como companheira de negócios. Acredito que qualquer coisa que decidirmos abrir juntas, vá ter sucesso como a padaria”, completa.

Fotos: Arquivo Pessoal