O município segue em alerta devido ao número de casos de dengue registrados ao longo de 2024, com quase 300 notificações até o momento. As ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, têm sido intensificadas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), com destaque para o trabalho constante dos agentes de endemias. Esses profissionais têm atuado diariamente, realizando visitas em residências, espaços públicos e empresas, a fim de identificar e eliminar possíveis criadouros do mosquito.
Até o final de outubro, a cidade contabilizava 294 casos de dengue, sendo 262 autóctones (quando a pessoa contrai a doença no próprio município) e um caso ainda em investigação. Para o controle do mosquito, o município também tem monitorado mensalmente 162 armadilhas espalhadas por diversos bairros, com o objetivo de detectar a presença do mosquito e sua infestação em diferentes pontos da cidade.
Bairros mais afetados e monitoramento
A presença de larvas do Aedes aegypti foi identificada principalmente em bairros como Caminhos da Eulália, Centro, Imigrante, Santa Helena, Glória, Municipal, Juventude, Vinhedos, São Valentim, Conceição, Fátima, São Roque, Ouro Verde, Universitário, Progresso, Borgo, COHAB, Vila Nova II, Barracão, Cruzeiro, Eucaliptos, São Francisco e Vinhedos.
Na busca por soluções mais eficazes, a cidade tem seguido o Plano Nacional de Combate à Dengue, realizando um mapeamento constante dos focos do mosquito. Esta semana, os agentes estão finalizando o levantamento rápido do índice de infestação do Aedes aegypti, um monitoramento essencial para avaliar a gravidade da situação. De acordo com a médica veterinária da Vigilância Ambiental, Analiz Zattera, o levantamento nos dará uma porcentagem precisa de infestação em diferentes áreas da cidade. “O último levantamento, realizado em janeiro, indicou um índice de infestação de 0,7%. O Ministério da Saúde preconiza que este índice fique abaixo de 1% para que não haja o risco de uma epidemia”, explica.
Além disso, as armadilhas instaladas em pontos estratégicos da cidade não apenas ajudam na captura de ovos do mosquito, mas também fornecem dados valiosos sobre a densidade de infestação em cada bairro. Esses dados são fundamentais para definir as ações de controle e eliminação de focos.
Ações de prevenção e educação
As ações de combate ao mosquito não se restringem apenas ao monitoramento, mas também envolvem a conscientização da população e a remoção de materiais que possam servir como criadouros do Aedes aegypti. “Com base nas informações coletadas, realizamos, em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente, a retirada de lixo e materiais inservíveis dos bairros. A retirada de plásticos, latas e outros objetos que acumulam água é de extrema importância, pois são locais propícios para a reprodução do mosquito”, destaca a médica veterinária.
Terrenos baldios sujos, depósitos de lixo e materiais descartados inadequadamente em vias públicas também são um foco de atenção. A Prefeitura orienta que esses locais sejam denunciados através do telefone 3055-7142, para que possam ser devidamente limpos e evitados novos criadouros do mosquito.
O perfil do Aedes aegypti
O Aedes aegypti é um mosquito pequeno, com menos de 1 centímetro de comprimento, de cor escura e com riscos brancos nas patas, cabeça e corpo. Ele tem hábitos diurnos, picando principalmente ao amanhecer e ao entardecer. Apenas a fêmea do mosquito se alimenta de sangue humano, utilizando-o para a reprodução. O ciclo de vida do mosquito ocorre em água parada — limpa ou suja —, onde ele deposita seus ovos. Por isso, é essencial que a população elimine qualquer fonte de água acumulada em recipientes como garrafas, latas, pneus e pratos de vasos de plantas.
Sintomas da dengue e cuidados
Os sintomas mais comuns da dengue incluem febre alta (superior a 38,5°C), dor muscular intensa, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas na pele. Ao apresentar esses sinais, é fundamental procurar atendimento médico nas unidades de saúde do município para um diagnóstico preciso e tratamento adequado. Em casos graves, a doença pode evoluir para formas mais severas, como a dengue hemorrágica, exigindo atenção imediata.
O caminho para a prevenção
O combate à dengue depende da colaboração de toda a comunidade. A atuação da Secretaria da Saúde e dos agentes de endemias é constante, mas é essencial que os moradores façam sua parte, eliminando potenciais focos do mosquito em suas residências e alertando as autoridades sobre locais com acúmulo de lixo ou água parada.