Após publicação de novo decreto, todas as 21 instituições de educação infantil e 30% das de Ensino Fundamental voltam à rotina normal, com todos os cuidados contra a Covid-19

Assim como em muitas escolas da rede municipal, os 124 estudantes da Aurélio Frare, localizada no loteamento Vinhedos, mal esperavam o momento para terem aulas presenciais em sua totalidade. Em Bento Gonçalves, todas as 21 instituições de educação infantil e 30% das de ensino fundamental retornaram à rotina normal desde a semana passada.

A decisão foi tomada após publicação do novo decreto estadual que determina que o distanciamento físico mínimo entre pessoas em ambientes fechados para atividades de educação fosse ampliado, passando de 1,5 metro para 1 metro. “Na semana passada, a Smed (Secretaria de Educação) realizou reuniões com as equipes diretivas para analisar, planejar e orientar a possibilidade de retorno integral dos alunos. Anterior a estas reuniões, fomos até as escolas para realizar a medição e orientação aos demais profissionais, quanto ao respeito dos protocolos”, esclarece a titular da pasta, Adriane Zorzi.

Dentro da sala de aula, os estudantes do 5º ano afirmaram em uníssono que sentiram falta dos amigos. Não foram somente eles. A diretora Armelinda Buffon destaca que a retomada era aguardada há mais ou menos um ano e meio, uma vez que ocorria remotamente. “O professor cria um hábito com eles na escola, aqui acompanham melhor as atividades. Os pais trabalham fora, chegam em casa cansados, os filhos também estão, e têm que começar toda uma rotina, então, nunca é igual. Por isso, estamos muito felizes, pois voltou de forma essencial neste momento. Agora, vamos fazer com que eles retomem a prática de estudos e tentaremos, nesses anos que seguem, que tenham um aprendizado efetivo”, sublinha.

Após o intervalo, o uso de álcool em gel é imprescindível. Foto: Franciele Zanon

A docente comentou que, diariamente, pais se queixavam por não conseguirem dar conta. “Procuramos oferecer mais qualidade e menos quantidade para que houvesse um acompanhamento melhor da família”, pontua.

A empresária Aurea Pertile, mãe do Bernardo, do 1º ano, e da Laura, 3º ano, expõe que notou um avanço maior na leitura do filho mais novo. “Desde que entramos na pandemia e aconteceu essa estabilidade da volta às aulas, ficamos com bastante dúvidas de qual seria a melhor estratégia, em razão do risco que o vírus veio apresentando. A princípio optamos por não os trazer à escola. Pudemos notar um retorno mais tranquilo, com toda a segurança organizada e com regras claras, e, assim, sentimos seguros de trazer eles. Pudemos notar que esse convívio social entre os colegas era necessário, e em casa não conseguimos sanar as dúvidas, mesmo fazendo o melhor, mas não temos como nos comparar com os profissionais da educação. Não temos o apoio pedagógico que a instituição de ensino oferece. Considero importante estarem em movimento, sentiram muitas saudades dos amigos e dos professores. Em casa damos amor, limites, mas é na escola que o saber se constrói”, sustenta.

Escola de Ensino Fundamental Aurélio Frare é uma das instituições que retomou as atividades presenciais. Foto: Franciele Zanon

O retorno será feito de forma escalonada nos educandários de ensino fundamental, dependendo da capacidade de cada sala. Já na educação infantil estão retornando 90% das crianças de zero a cinco anos. “Ressaltamos a importância do cumprimento de todos os protocolos de segurança, destacando o uso de máscara, higiene das mãos e espaços utilizados, manter os locais arejados e o distanciamento mínimo. Se fez necessária a análise de cada escola, observando a realidade e os ambientes que serão usufruídos, inclusive para momentos de alimentação e recreação”, reitera a secretária de educação.

As aulas híbridas devem continuar para aquelas turmas que não tiverem retorno integral.

Fotos: Franciele Zanon