O artista plástico Fábio Prado destaca que o aprendizado e incentivo que ganhou dentro da Casa das Artes, foi essencial para a vida profissional
Natural de São Borja, interior do Rio Grande do Sul, mas com uma trajetória profissional que iniciou em Bento Gonçalves e se espalhou pelo mundo, o artista plástico Fábio Prado, 45 anos, formou muito do seu conhecimento na Fundação Casa das Artes, onde realizou a oficina de Cerâmica. Com grande carinho pelo espaço, ele garante que o aprendizado obtido lá foi de grande valor.
Quando chegou com a família na Capital Nacional do Vinho, em 1996, já foi em busca de entender melhor sobre desenho. Prado lembra que naquela época, a Fundação tinha sede no Centro da cidade. Foi ali, visitando o local, que a trajetória deu os primeiros passos. “Era um casarão antigo. Tinha uma professora que ministrava pintura, a dona Iolanda. Além de um grande pintor de aquarela, Anastácio Orlikowsky”, recorda.
Quando a Fundação Casa das Artes foi transferida para o atual endereço, na rua Henry Hugo Dreher, iniciaram também as oficinas. Entre as tantas opções, a escolhida foi a de cerâmica. “Foi muito bom para o meu conhecimento técnico, pelos professores que tive. Isso me fez ingressar no mercado das artes”, garante.
Prado afirma que o curso foi uma espécie de semeadura, já que posteriormente se tornou profissão. “Foi muito válido profissionalmente. Devo muito à Fundação e à minha persistência em querer fazer arte”, afirma.
Para muito além de frequentar o local para participar da oficina, o artista plástico se fazia presente sempre que possível, pelo gosto de estar ali, acompanhando as atividades. “Recordo que fui muito frequentador da Casa. Ia ver as palestras, os eventos que aconteciam. Meu tempo era (dedicado) a ir lá para ver as programações, olhar as oficinas”, destaca.
Mais tarde, foi convidado a integrar a equipe. Atuou como gestor cultural da Fundação, onde deixou outras marcas. “Organizava, juntamente com o grupo, os eventos. Depois de oficineiro, já na vida profissional, fiz a restauração das obras do Francisco Stockinger, que hoje embelezam a Fundação externamente e as esculturas que estão sobre as paredes”, conta.
Agora, Prado reside em Goiânia. Lá, na capital de Goiás, é proprietário de uma galeria de arte há oito anos. Além de ser atuante como artista plástico no município, também está cursando Arquitetura e Urbanismo. Entretanto, ao olhar para trás, garante que a caminhada que o trouxe até aqui, foi incentivada pelas oficinas da Fundação. “Foi assim minha trajetória em Bento Gonçalves, de aprender na oficina, de exercer o lado artístico na cidade. Tenho obras, peças que são acervo da Casa. Foi lá que fui projetado para a minha vida artística”, garante.
Um dos trabalhos de Prado é facilmente visto por quem circula pela região central de Bento. “Tenho um monumento em frente ao ginásio municipal, é uma das minhas obras. Além disso, juntei um grupo de grafiteiros e fizemos um pedido à Corsan, sendo essa a primeira vez que a arte entrou de forma grande na cidade, naquele muro, que se tornou uma referência”, afirma.
Com obras expostas no Brasil e no exterior, o profissional garante que quem pretende participar de alguma oficina ofertada pela Fundação Casa das Artes, pode esperar muito, principalmente dos professores. “São muito aplicados e dão uma gama de conhecimento muito grande. Os cursos são dinâmicos e muito bem organizados. Muito da classe artística de Bento Gonçalves deve-se a Fundação”, elogia.
Inscrições abertas para oficinas
O Programa de Qualificação Artística e Cultural da Secretaria de Cultura está sendo retomado após dois anos parado, devido a pandemia de Covid-19.
Quem tem interesse em participar das Oficinas da Casa das Artes, o momento é agora. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas presencialmente na própria Fundação, das 8h às 21h.
Neste ano, além dos cursos tradicionais, também estão sendo ofertados workshops. Ao todo, são 46 opções, ministradas de maio a dezembro, em diversos segmentos. Estão sendo ofertadas aproximadamente 700 vagas.