O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, anunciou, na quarta-feira, 31 de janeiro, a taxa básica de juros do país, a Selic, em meio ponto percentual. Com o quinto corte seguido, em uma sequência de baixas que começou em agosto do ano passado, ela agora está em 11,25%, sendo o menor nível desde março de 2022.

O governo tem cobrado do Banco Central uma redução dos juros para movimentar a economia. Isso porque, quando a taxa cai, pegar dinheiro emprestado fica mais barato e as pessoas tendem a consumir mais. Já com uma taxa alta, que ainda é o caso dos dias de hoje, mesmo com cinco quedas seguidas, o crédito fica mais caro, as vendas perdem força e a economia tende a esfriar.

Além de cortar a Selic em meio ponto, o Banco Central avisou que novas reduções devem acontecer nos próximos meses. Desde que as projeções para a economia do país se confirmem. O corte dos juros, ao fazer o consumo crescer, pode provocar aumento e preços e causar inflação, por isso a decisão não é tão simples.

O Banco Central ainda avisou que é fundamental que o governo cumpra as metas fiscais, o que significa não gastar mais do que arrecada.

Em nota, o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, afirmou que a decisão em reduzir a taxa não é uma surpresa, já que o cenário econômico nacional seguiu as expectativas do mercado. “O cenário externo reduziu a incerteza, especialmente depois de mudanças nas expectativas na magnitude e na temporalidade dos cortes de juros nos EUA. No cenário interno, a atividade segue desacelerando e a inflação, apesar de uma ligeira piora qualitativa recente, vem se comportando de acordo com o esperado”, afirma.

Segundo o dirigente, apesar das quedas na taxa, o equilibro das contas públicas ainda segue sendo o principal desafio brasileiro. “E como sabemos que taxas de juros estruturalmente mais baixas somente são viabilizadas com equilíbrio fiscal como premissa, a falta de compromisso fiscal representa mais um custo à sociedade brasileira”, pontua. 

Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil