De cobras, jaguatiricas e leões

Parece que leram minha última coluna. Apareceram as “Chrysopelea Paradisi” (cobra das árvores do paraíso) na Austrália e nos Estados Unidos, elas voam 24 metros partindo de uma árvore. Se o vírus e os gafanhotos, que dizimaram há poucos dias três lavouras lá pelos bandos de Caçapava, se propagarem, é possível que as cobras voadoras aportem por aqui. Assim, diante do meu pavor, embora eu possa fazer 100 metros em 10 segundos (kkkkkk), qualquer cometa ou estrela cadente para mim vai ser uma cobra voadora e, em lugares suspeitos, vou andar de guarda-chuva. Na Linha Eulália apareceu uma Jaguatirica, capturada num galinheiro certamente fiel ao preceito “galinha que não bota ovo vai pra barriga”. Duas se foram. Em Zurique, um tigre siberiano do zoológico “papou” sua tratadora de 55 anos. Com os leões dá para conversar, mas com os tigres o negócio é subir numa árvore mais alto do que eles possam chegar e ficar lá até eles desistirem de te pegar. Vi isso num filme baseado em fatos reais e também em filmes de Tarzan. Como eu sou campeão em subida de árvores, “no problem”.

O Zoológico de Lujan

Anos atrás fui visitar o Zoológico de Lujan (400 animais), a 140 km de Buenos Aires, considerado o maior da América do Sul. Para chegar até lá peguei um taxi (movido a gás), meio f….., tendo como motorista um senhor de idade. Tenho, em viagem, essa mania de prestigiar a quem julgo que precisa, nas três vezes que fiz isso me dei mal. Fomos e chegamos. No pátio tinha “uns mil” patos soltos alimentados pelas crianças com pão. Mil atrações e eu sentado num pit stop prolongado, não tenho paciência. Mas chegou a hora da jaula do leão. Numa jaula, ajoelhado, acho que já era bisavô, a cada duas pessoas que entravam o tratador levava um balde com leite, o leão tomava, aí ele dizia para os dois visitantes “pode colocar a mão nele, um por vez”. As pessoas tiravam fotos acariciando o leão e eu ali grudado na cerca. Minha filha insistindo “vai pai, vai lá” e, eu, pensando “mais vale um covarde vivo do que um herói morto”. E, vai que ele descubra que é o Henrique Caprara que está dentro da jaula? Relutei, relutei, mas quando eu ouvi um “não seja covarde” entrei. Esperei, prudentemente, que o leão tomasse o leite e o “vai” do tratador. Fui e coloquei a mão na cabeça do leão pensando “não me chamem mais de covarde”. O tratador deu um berro e eu, de susto, tirei a mão, ele dizendo “na cabeça não, nas costas, se ele vira a cabeça tua mão …………..” eu já estava fora da jaula. O meu taxista resolveu dar uma de “guia turístico” com confidências do tipo “esses patos são dados para os leões de noite, esse leão toma leite com anestésico”, coisas assim. Não faz muito tempo o Zoo foi fechado pelas autoridades “tudo que o taxista me dissera era verdade”. Na volta, acreditem, ele quis me cobrar também, coisas de portenho, pelos serviços de “guia turístico”, não aceitei e o “barraco” foi armado. Quando eu disse para o recepcionista do restaurante chamar a polícia ele se acalmou e foi embora. Quando fecharam o Zoo pensei na Marta Rocha, Miss Brasil “por duas polegadas a mais passaram a baiana pra trás” (letra de música feita porque não a teriam eleito Miss Universo por causa disso, o que é mentira). Por duas gotas de anestésico a menos minha mão poderia ter ido embora.

Voltando às cobras

Há poucos dias um estudante de Brasília, eu diria um “guri besta”, universitário, tinha uma naja (cobra indiana) no cativeiro, foi alimentá-la e adivinhem? Não tinha soro, teve que vir Butantã de São Paulo, que tinha um estoque para estudos, não sei se enviaram mas acho que o rapaz não vai resistir, o estrago de uma naja é grande. Daí a polícia foi ver o que tinha acontecido e encontrou várias cobras peçonhentas na residência do rapaz. Como ele era estudante da área extraía o veneno das cobras certamente para vendê-lo, vai se saber para quem. “Chose fou” (coisa de louco) diria um francês. Os jornalistas que foram ao Butantã atrás da história ouviram, dos técnicos sobre o assunto, que no Butantã descobriram um tipo de cobra anfíbia (nada na água) peçonhenta (venenosa). Pronto, pensei “nada de nadar em rios” e, olho no fundo das piscinas sim, porque as cobras invadiram as piscinas do Centro Olímpico lá do Rio de Janeiro na Barra, há dois anos atrás.

Apocalipse Now?

Cobras voadoras; cobras peçonhentas nos rios; jaguatiricas nos galinheiros da cidade; leões devorando tratadores; feminicídios crescendo este ano 24%; Bento Capital da Morte (pelo vírus e pelos assassinatos, 40 pelo vírus até agora e 19 por assassinatos em 2020); os gafanhotos por aí (não resolveram ainda o que vão fazer); devastação no estado em razão do ciclone extratropical (fenômeno meteorológico com fortes tempestades e ventos). E vírus em tudo que é lugar. Estamos vivendo um Apocalipse?

Movimentação Política

Darcy Pozza dizia “não perco eleição”, perdeu só uma para Lunelli e, o seu discípulo, Guilherme Pasin, deve estar alinhado com o mesmo pensamento. Já tem o seu exército de guerra (campanha eleitoral) completo e alinhado dentro da filosofia “quem não está comigo está contra mim”. O Ex Secretário da Saúde Diogo Siqueira (PSDB) já deu partida, dizendo que a UPA está muito bem aparelhada e em obras de melhorias. De fato, a UPA está sendo muito elogiada. Nesta quinta, o Ministro da Saúde disse que “os que julgarem ter sintomas do Corona não devem ficar em isolamento por conta, devem imediatamente procurar a UPA (estão aparelhadas, disse) que analisará o tratamento adequado através de um profissional médico”. Correto, quem não tem médico da família, quem não tem Tacchimed ou outro plano de saúde, deve procurar a UPA, nada mais coerente. O Ministro, como as cobras e os felinos, “devem ter lido a coluna anterior” (he he he). Voltando à campanha política, o Prefeito deu uma pausa para o vírus e ‘dá-lhe’ assinar autorizações para obras e uma grande obra de sua gestão vai ser o trevo de acesso norte, cujo custo despencou de 14 para 9 milhões e será construído também com financiamento. Paulo Caleffi fez uma live, não muito clara em seus conceitos e, Gabrielli, postou uma foto debaixo de um parreiral, do tipo “tamo junto”. O Delegado Becker, iniciou lamentando ser alvo de fakes e manifestando seu amor à Bento. Camerini, franco atirador, “inimigo” comum dos demais candidatos, faz uma live por semana, contestando a administração Pasin. Quem será o Vice de Caleffi? De Camerini? De Gabrielli? De Becker? Os últimos Vices de Bento não se deram bem. Mário Gabbardo, Alcindo Gabrielli, foram alojados e isolados no alto do Banco Meridional. César Gabbardo foi demitido por Pasin, depois de fazer de tudo para ser. E Aido José Bertuol cansou, “não tenho mais saco para continuar na política”, foi seu brado de desistência. Candidato a Vice tem importância? Na campanha de Bento claro que tem. Depois, bem depois é sempre o depois porque o depois é o depois, compreenderam? Vice é Vice.

Mr. Bean e Badin

Se você fosse infectado pelo Corona o que é que faria? Quarentena e, se a febre ou sintomas não desaparecerem, médico, Tacchini ou UPA, não é? O que é que o Presidente Bolsonaro fez? Saiu porta a fora dizendo “tô com o vírus, tô com o vírus, tô com o vírus”. Assisti, nesta quinta, um programa, de uma hora de duração, num canal de TV de grande audiência, só falando sobre o vírus que “assaltou” o Presidente. E eu pensando: “não vai demorar, amanhã mesmo ele vai falar que se curou com a Cloroquina”. Não precisou esperar o amanhã, foi à noite mesmo. O Presidente já tá bom, tá pleno, tá saudável, fiel aos seus princípios “esqueçam o vírus, Cloroquina nele, vamos trabalhar, a economia tá afundando, precisamos fazer obras, precisamos de reformas”. Juro que cheguei a pensar (atenção Câmara de Vereadores) que foi FAKE. Olhem a postura, as ações, a criatividade, a coragem, a petulância do Presidente, ele parece ser o Mr. Bean da política brasileira. E quem é o Mr. Bean da nossa colônia? BADIN, O COLONO. Gente, “por Deus, me dá vontade de vender fora tudo”. E o Guedes do BADIN quem é? A Da. Maria.