Vereador ingressou com documento após Comissão de Ética alegar que não pode investigar caso da foto de nudez, da assessora do Mazzochin, sem denúncia

Após a Comissão de Ética alegar que não pode investigar o vereador Neri Mazzochin (PP) sem uma denúncia, Moacir Camerini (PDT) resolveu entrar com um pedido de representação contra o colega na quarta-feira, 27. A questão envolve o vazamento de uma foto de nudez da assessora de Mazzochin em uma rede social no dia da votação do Plano Diretor, 18 de junho.
De acordo com o documento enviado por Camerini à Comissão de Ética, o fato aconteceu no meio-dia, embora só tenha sido descoberto durante a sessão. Além disso, a representação se sustenta no Código de Ética, no Regimento Interno e na Lei Orgânica Municipal, apontando que Mazzochin cometeu atos incompatíveis com a conduta parlamentar.
As correções previstas na lei variam desde censura até perda de mandato. Na representação, Camerini ainda solicita que a Comissão de Ética “proceda à investigação dos fatos relatados, culminando nas penalidades descritas” nos vários textos da legislação municipal.
Entre os códigos legais citados na denúncia, há um apontamento que se refere diretamente à Lei Orgânica Municipal, determinando que “sujeita-se a perda de mandato o vereador que: proceder de modo incompatível com a dignidade da Câmara ou faltar com decoro na sua conduta pública”.
Segundo Camerini, a Comissão de Ética foi omissa ao entender que o caso não poderia ser investigado sem uma representação. “Eles se mantiveram em silêncio, e agora me vejo obrigado a cobrar uma atitude, inclusive porque muitas pessoas me contataram nos últimos dias pedindo que eu não me omitisse nesse caso”, avalia. Ele ainda afirma que o Legislativo precisa assumir e consertar os próprios erros.

Mazzochin alega não temer investigação

Embora a foto tenha sido publicada em uma rede social de Mazzochin, o vereador afirma que não foi ele quem compartilhou o material e, por isso, não teme o desenvolvimento das investigações. “Ela vai se encaminhar para onde tem que ir”, comenta. O parlamentar também enfatiza que não irá perder seu mandato.
Em discurso na sessão de segunda-feira, 25, Mazzochin ressaltou que parte da população e da imprensa é “podre” e que não deve satisfações à sociedade. “Esse é um problema meu, da minha coordenadora de gabinete, da minha esposa e da minha família. É um problema particular. Na minha vida pública, como vereador, como secretário, sempre fui um homem honesto e digno”, se defende.
A representação ainda deve passar pelo deferimento do presidente da Câmara, Moises Scussel Neto (PSDB), antes de ser encaminhada para a Comissão de Ética. Com o encaminhamento, o presidente da Comissão, Rafael Pasqualotto (PP), recebe e o documento vai diretamente para o relator. “Mazzochin vai ter seis sessões para apresentar sua defesa”, observa. Com base nisso, o relator vai dar um parecer.