A gente sempre vai achar que é o único. O único que tem problemas ou que faz coisas estranhas. Mas todos têm manias e problemas, só não são os mesmos. E para relaxar um pouco de textos filosóficos e com duplo sentido, vamos falar de algo mais descontraído?

Se você me indicar alguma série eu provavelmente nunca vou assistir. Eu vou querer que você assista Bates Motel, mas eu não vou assistir Orange is the New Black. Quando “quase fui obrigada” a assistir The Black Mirror, consegui ver meio episódio. Ótimo episódio por sinal, mas aqueles 30 minutos levaram 2 horas e meia para passar. Depois eu até assisti outros episódios e gostei, mas foi porque eu quis ver. Desculpa, não sei porque faço isso e não é nada com você.

Tudo o que vejo e sinto entra no meu banco de dados. Filmes, séries, jogos, desenhos, vídeos, cheiros, músicas, coisas que não têm nenhuma utilidade, um dia vou usar para complementar alguma ideia ou criar um conceito. Por isso, deixe-me ver aquele vídeo bizarro, ler aquele livro de ervas medicinais, passar horas fazendo maratona de série ou dormir 12 horas seguidas. Deixa-me acordar de madrugada e terminar aquele jog ou mandar áudios para os meus amigos com as ideias para a crônica das quartas, porque geralmente os insights aparecem quando estou dirigindo ou tomando banho.

Ouço pessoas falando que fazem promessas a si mesmas: de nunca mais comer carne ou nunca mais roer as unhas. E dá certo! Gente, sabotar a mim mesma é a coisa mais fácil que existe, vou prometer uma coisa hoje e amanhã estou rindo na minha própria cara. Consigo fazer as coisas como se estivesse escondendo de mim mesma e na minha cabeça tudo é justificável.
– Então hoje não vou para a academia porque é aniversário de 15 anos do meu urso de pelúcia.
Às vezes meio dramático.
– Hoje eu não vou para a academia porque estou trabalhando muito, isso não é vida e mereço uma noite de folga.
À vezes coisa do destino (tsc).
– Então hoje não vou para a academia porque esqueci o tênis.

Quando tinha uns 10 anos, descobri a minha imaginação. Antes de dormir, me imaginava uma garota da 6ª série que gerenciava um clube de ciências, andava de salto alto e tinha um escritório em um prédio moderno, meio sem móveis. Imaginava cada detalhe. E foi evoluindo, já me imaginei: pop star, menina mimada rica, órfão rica linda e sofrida, loira de olhos claros, mulher madura de cabelo chanel com 2 filhos e uma casa na Califórnia, enfim, não tenho limites. Fui viciada nisso e passava meu dia ‘viajando na maionese’ ao invés de cuidar da minha vida de verdade. É bom, mas não façam isso, crianças.

Música e perfume são algumas das coisas que eu mais amo. Minha vida tem trilha sonora e a música me motiva muito. Se estiver correndo na esteira com os bofes para fora e começar a tocar Shape of You eu fico mais 10 minutos na velocidade 12 bem feliz. E perfumes então, os cheiros são realmente muito significativos, como gatilhos para uma viagem no tempo.

Amo filme de terror. Quando estou decidida a ver, começo a pesquisar no Google: “piores filmes de terror com muito sangue”, “os filmes mais aterrorizantes da história da humanidade”, e assim por diante. Aí vejo aquele filme proibido no Brasil e aquele bloqueado no Youtube (nem eu sei como faço isso) e aprecio cada cena. Ps.: Não tenho problemas com violência nem psicopatia (nada diagnosticado), mas sou fissurada pela inteligência e astúcia de quem cria essas bizarrices. Todos da minha família gostam e vira assunto de domingo, quando minha mãe comenta:
– Mana, tu já assistiu ‘O pânico do pior massacre dos jogos mortais’? É muito legal.
(Essa é minha mãe)

Passado um tempo, não quero ver nem o Jason de 1960. Lançam algum filme bacana, morro de curiosidade, vou lá e assisto no notebook, sem som, com a tela minimizada e com as mãos nos olhos. Nem tento mais me entender.

Tomo comprimido sem água, não tenho muita paciência no trânsito, levo ovo cozido de lanche, falo palavrão, guardo etiquetas e embalagens vazias, danço e canto dentro do carro. Não sou perfeita e isso, pelo menos, é engraçado!