Ex-professor faleceu nesta sexta-feira, aos 94 anos, deixando um legado de ensinamento e dedicação profissional

Nesta semana, a comunidade bento-gonçalvense despediu-se de Pedro Paulo Zanatta, que faleceu na sexta-feira, 16, aos 94 anos. Zanatta era casado com Lucila, pai de Pedro, Francisco e Luciana, e avô de três netos. Ele deixa um legado de ensinamentos, dedicação, atuação comunitária em prol do próximo, sempre com um sorriso no rosto e a sensação de dever cumprido.

Zanatta foi um dos professores da primeira turma de Bento Gonçalves, do curso superior em Ciências Econômicas na Fundação Educacional da Região dos Vinhedos (UCS-Fervi) que, na época, era denominado Faculdade de Economia e Administração, em 1968. Antes disso, ele atuou por muitos anos no Escritório Modelo professor Félix Faccenda, de onde ajudou a construir bons exemplos. Em sua carreira profissional, também foi diretor da empresa Heublein.

O amigo Itacyr Luiz Giacomello enfatiza que a Capital do Vinho perdeu uma pessoa e profissional exemplar. “Sempre foi um homem que gostava de auxiliar, de abrir caminhos para o próximo. Era uma pessoa positiva, sempre à frente, disposto a colaborar com a comunidade. Perdemos mais um líder na área educacional, que muito se dedicou por esse segmento”, lembra. Giacomello também salienta que ele foi um dos idealizadores do chamado “PUNE”, que levava as iniciais dos nomes dos fundadores. “O P de Pedro Paulo Zanatta; o U de Ulysses De Gasperi; o N de Noely Clemente de Rossi e o E de Emyr Farina”, frisa.

Quem também recorda os bons momentos vivenciados ao lado do docente é Valério Pompermayer, que foi estudante dele. “À época, isso na década de 50, que ele foi coordenador e professor do escritório modelo, eu era seu aluno”, relembra Pompermayer.

Em seguida, atuaram como colegas de profissão. “Passei a ser funcionário do Aparecida e fui auxiliar dele. Após muitos anos como professor, deixou o colégio para se dedicar a faculdade e a outras atividades. Aí vagou para mim a cadeira que ele lecionava de contabilidade industrial, o que me deu a oportunidade de ensinar no lugar dele”, recorda.

O conteúdo repassado por Pompermayer aos alunos era aquele que havia sido ensinado por Zanatta. “Repassava aquele que era o método que ele implantou com outros três professores no ensino funcional. O que sei de contabilidade e de gestão, foi com o Pedro que aprendi. Ele, junto com os colegas Ulysses, Noely e Emyr, criaram uma empresa fictícia no escritório modelo e dali nós ensinávamos exatamente na prática o que se existia. Com esse conhecimento que ele nos repassou, aprendi muito a ponto de passar de aluno a professor e lecionar quase duas décadas. Ele era muito meu amigo, enquanto teve condições de estar na sociedade. Eu o respeitava e o admirava muito”, enfatiza.

Familiares, amigos e conhecidos se uniram para o adeus à Zanatta. O padre do Santuário Santo Antônio, Lucivan Francieski, proferiu algumas palavras de apoio e, principalmente, gratidão. “Seu Pedro está muito bem cuidado junto de Deus, e está sendo reconhecido por tanto ensino dado enquanto esteve aqui entre nós. Ele é testemunho, exemplo e que continue sendo inspiração. Sempre foi muito atuante na paróquia e pelos lugares em que passou. Deixará boas lembranças”, sublinha.

De acordo com a filha, Luciana, o pai deixa uma importante marca na sociedade bento-gonçalvense e para a família. “O legado que de grande amor, respeito, apreciação da vida com toda sua beleza, além do papel na comunidade de educador, visionário, incentivador de grandes ideias para desenvolvimento da economia da região”, recorda.