A Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Helena vai ser transformada em uma Estratégia Saúde da Família (ESF). O Secretário de Saúde, Diogo Siqueira, afirma que a mudança vai permitir mais ações, mais procedimentos e mais atenção à saúde da população local, além de outros benefícios. “Primeiro, a questão do zoneamento, porque conseguimos ter um diagnóstico melhor da população do bairro. Conseguimos verificar no local mais facilmente os pacientes em situações mais graves, em comorbidades e ter um acompanhamento mais de perto desses cidadãos”, aponta.
Outra vantagem envolve um financiamento do Governo Federal, como explica Siqueira. “O financiamento facilita o pagamento das equipes, porque vai vir um recurso a mais para pagar médico e enfermeiro com 40 horas (de jornada) semanais, duas técnicas de enfermagem por equipe e também as agentes comunitárias de saúde que é mais uma ferramenta que a gente tem de vantagem da ESF em relação a UBS”, diz.
Para atender todos os pacientes, o quadro de profissionais vai ser ampliado. Serão duas equipes trabalhando no local. “Já tem dois médicos, mas vamos aumentar mais ainda a questão da enfermagem, técnicas de enfermagem e agentes comunitárias. O processo de seleção das agentes vai começar nos próximos dias”, afirma Siqueira.
UBS x ESF
A enfermeira e coordenadora da UBS Santa Helena, Maristela Cargnin afirma que as UBS atendem uma livre demanda, inclusive, pacientes que moram em outros bairros da cidade. “A gente sempre pede que nossos usuários se reportem para a unidade de referência deles, ou seja, a mais perto da residência, mas atendemos eles sem problema nenhum”, explica.
Já as ESF trabalham por zoneamento, portanto, com área delimitada e só podem atender 10% de pacientes fora da área estabelecida. “Claro que se vem algum paciente passando mal e não é daqui, sempre será atendido. Além disso, nas ESF são cadastradas as famílias, os pacientes não têm prontuários individuais”, pontua.
Alta demanda na unidade
De acordo com a coordenadora Maristela, o local tem quase 17 mil prontuários ativos, ou seja, individuais. “Temos muito atendimentos. A procura é grande, tanto que mesmo não sendo ESF ainda, temos dois médicos atendendo aqui”, reforça.
Ainda de acordo com Maristela, fora do período da pandemia do coronavírus, cada médico atende 12 fichas por turno, ou seja, são 48 pacientes por dia. Entretanto, nesse momento, o número foi reduzido. “No começo os atendimentos eram apenas de urgências. Depois, passou para 5 fichas e hoje estamos com 10 atendimentos para cada médico por turno”, explica.
Características da comunidade
Maristela destaca que a comunidade se caracteriza pelo alto número de nascimentos por mês. “Epidemiologicamente é um dos bairros que mais nascem crianças. Sempre nas campanhas de vacinação, nós (fora a unidade central e o Centro de Referência Materno Infantil) somos a unidade que mais vacina, então isso mostra que temos muitas crianças, já que o maior número de vacinas é até os cinco anos de idade”, aponta.
Outra particularidade do bairro, segundo Maristela, é o alto índice de moradores que vem de fora do município. “Essa comunidade está recebendo muita gente de fora que vem a procura de emprego. São jovens. Ano passado até ficamos surpresos com a quantidade. Eles relatam que vem primeiro, depois trazem irmão, cunhado”, afirma.