*Fabiano Larentis

Não há dúvidas que a educação e o conhecimento são fatores fundamentais para o desenvolvimento sustentável. Um estudo recente do Fórum Econômico Mundial menciona que investimentos em competências críticas, como solução colaborativa de problemas, podem adicionar US$ 2,5 trilhões na economia global. Isso sem considerar outros resultados e efeitos.

Tal ponto está associado ao que a UNESCO considera como os quatro pilares da educação. O primeiro deles é o aprender a conhecer, onde se combina uma cultura geral suficientemente ampla, o estudo em profundidade de alguns assuntos e o aprender a aprender. O segundo é o aprender a fazer, no qual não se adquire somente uma qualificação profissional, mas as competências que tornam a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. O terceiro pilar, aprender a conviver, foca na compreensão do outro e na percepção das interdependências, como a realização de projetos comuns. Por fim, o pilar do aprender a ser, estar em condições de agir com uma capacidade cada vez maior de autonomia, discernimento e responsabilidade.

Nos meus discursos nas formaturas de graduação que eu presido na UCS, sempre enfatizo a importância da qualificação contínua. Comento que aprender é colocar conhecimento para fora, e não para dentro, frase de Conrado Schlochauer. Ainda, tendo em vista uma jornada de aprendizagem para toda a vida, ou lifelong learning, reforço que ao encerrar a graduação eles estão no fim do começo e não no começo do fim. São os quatro pilares da educação colocados em evidência para os indivíduos, quer seja na atualização, na requalificação ou até mesmo na mudança de carreira. Temos assim as chamadas pessoas com amplitude, que se desenvolvem de forma ampla e adotam diversas experiências e perspectivas enquanto progridem.

A aprendizagem para toda a vida é tarefa não somente das instituições de ensino, mas de toda a sociedade, especialmente no cenário desafiador de contratação, dos avanços tecnológicos exponenciais e da mudança da própria visão de como é percebido e valorizado o trabalho pelas gerações recentes. Necessitamos de uma educação mais preparada para considerar, além dos aspectos técnicos, a inteligência emocional, a criatividade e o pensamento crítico. Felizmente já temos evidências em relação a isso. Uma delas, relativa às visitas que eu tenho feito às empresas da região, onde me surpreendo com as iniciativas de muitas delas em prol da qualificação contínua dos funcionários, pensando no resultado de médio e longo prazo que isso proporcionará, e não na visão de curso prazo de não querer investir em qualificação pelo temor do funcionário trocar de emprego.

É necessário destacar que o Bento+20 tem preocupação com tais aspectos, os quais estão presentes no Masterplan. O futuro da nossa cidade também se constrói com a responsabilidade e o compromisso da aprendizagem para toda a vida.

*Sub-reitor do Campus Universitário da Região dos Vinhedos – CARVI UCS