Bento Gonçalves, ao completar 134 anos, segue sendo uma cidade marcada pela prosperidade e pelas oportunidades. Sua história de crescimento contínuo e pujança inspira tanto os líderes locais quanto os moradores, que compartilham suas expectativas para o futuro. Em um cenário de mudanças rápidas e desafios complexos, a cidade é vista como um território com potencial para se reinventar e continuar a ser referência em áreas como inovação, turismo, infraestrutura e qualidade de vida.

Carlos Lazzari, presidente do CIC-BG, enxerga o futuro de Bento Gonçalves em uma integração mais profunda entre capacitação e novas tecnologias. Ele defende que o município precisa amplificar a cultura da inovação nos negócios, sempre com uma visão sustentável. “Bento Gonçalves precisa atuar fortemente com a integração de estruturas de capacitação e novas tecnologias, amplificando a inovação como cultura dos negócios, sempre com um olhar sustentável em todas suas ações, a fim de continuarmos relevantes nas matrizes produtivas em que somos referência e adentrar fortemente nas novas oportunidades da economia do futuro. É importante, também, que pensemos com urgência para nossa mobilidade urbana, com a diversificação de modais de transporte, assim como para outras necessidades. Iniciativas como o Bento+20, podem ser importantes aliados nesses desafios”, pontua Lazzari, ressaltando a importância de diversificar os modais de transporte e cuidar da mobilidade urbana. Ele também menciona o abastecimento de água, o tratamento de esgoto, a digitalização dos serviços públicos e a promoção de hábitos saudáveis como prioridades para o futuro.

Para Marcos Carbone, presidente da CDL-BG, a competitividade de Bento no cenário de atração de investimentos deve continuar sendo um foco. “ Para seguir nesse caminho, é fundamental que o município continue trabalhando para se manter competitivo no que diz respeito à atração de investidores, investimentos e novos negócios. Manter um sólido plano de melhorias infraestruturais é um dos pontos necessários, de modo que a cidade tenha condições de acompanhar a curva de crescimento que tanto almejamos e, da mesma forma, garantir a qualidade de vida para sua população”, afirma.

Álvaro Machado de Mesquita, de 85 anos, que vive há 53 anos em Bento Gonçalves, traz uma visão carregada de experiência e memória ao refletir sobre o crescimento da cidade. “Quando cheguei aqui, Bento era bem diferente. Havia poucas ruas pavimentadas, os serviços públicos eram limitados e a infraestrutura era bem simples. Mas, ao longo dos anos, a cidade se transformou de uma maneira extraordinária. Hoje, vemos uma Bento Gonçalves moderna, com um nível de progresso que eu jamais imaginava naquela época. Temos uma juventude muito bem preparada. Eles estão inovando e trazendo novas ideias. Isso me dá uma grande esperança no futuro da cidade”, reflete com otimismo.

Já Marines Lacerda da Silva, de 61 anos, natural de Nova Prata, traz um olhar mais focado em questões sociais. Moradora de Bento Gonçalves há muitos anos, ela observa que, embora a cidade tenha se desenvolvido em diversos aspectos, ainda há áreas que carecem de atenção urgente, especialmente nas comunidades mais vulneráveis. “O turismo é o grande destaque de Bento, sem dúvida, é o que atrai visitantes e movimenta a economia. Mas nas vilas, onde moram muitas pessoas, a realidade é diferente. Precisamos de mais investimentos nesses setores para que a cidade, como um todo, cresça de forma equilibrada,” opina.

Melanie Lourdes de Sousa dos Santos, de 24 anos, também destaca a beleza e o potencial turístico de Bento Gonçalves, mas vê a necessidade de maiores investimentos na cidade. “Acho que deveria haver mais investimento, principalmente no turismo. Bento é uma cidade bonita e turística, e isso poderia ser melhor explorado. Além disso, acredito que é essencial melhorar o apoio à educação. Trabalho como secretária em uma escola, e vejo de perto como investimentos em infraestrutura fazem a diferença na vida dos alunos”, frisa Melanie.

A visão da comunidade também reflete as aspirações por melhorias estruturais e o fortalecimento de áreas como turismo e qualidade de vida. Marciano Dal Pizzol, corretor imobiliário de 42 anos, expressa seu otimismo com o crescimento da cidade, mas ressalta a necessidade de mais infraestrutura. “Bento é uma cidade próspera, mas falta infraestrutura e mobilidade urbana. Acredito que investimentos em turismo seriam essenciais, assim como mais apoio aos empresários locais”, diz.

Os jovens também têm grandes expectativas para o futuro da cidade. Luca Marchione, de 16 anos, expressa seu desejo de estudar e construir uma vida em Bento. “Quero fazer minha faculdade aqui e espero que tenha mais infraestrutura para isso. E espero que tenha oportunidades de trabalho para conseguir viver e manter a minha vida toda aqui,” comenta.