Quando estudamos a história do Brasil nossa imaginação voa longe, os tempos idos encantam desde as crianças até os adultos, voltamos às grandes navegações que culminam na colonização e “descoberta” da terra de Santa Cruz. As divergências surgem e com ela as críticas e apoios, os prós e os contras. O fato é que desse movimento surgem muitos “brasis”, alguns descobertos, outros encobertos, alguns construídos, outros destruídos. Culturas, raças, povos, etnias vão se fazendo presente e presenteando com riquezas essa vasta e rica terra. Os que aqui chegaram encontraram os que aqui estavam, as culturas se misturaram, outras se extinguiram, e assim se fez o Brasil. Mas essa história ainda não acabou de ser escrita, ainda precisamos descobrir o que é o Brasil e quem são os brasileiros. Ainda há muito o que ousar, ainda há muito o que criar.

E foi assim que o Colégio Sagrado Coração de Jesus decidiu ousar, desbravar outros territórios e fazer história. Desta forma, entre os dias 19 e 29 de julho um grupo de 7 estudantes do Ensino Médio, mais os professores Altemir e Tiago, a Irmã Josane e a senhora Margarete, mãe do educando Pedro, viveram uma experiência antropológica/social sem precedentes. Com o intuito de formar verdadeiros líderes, abertos ao novo, criativos, inovadores e sobretudo com senso de humanidade e responsabilidade social, o grupo mergulhou em uma aldeia indígena no Pará, município de Santarém, no Baixo Tapajós, às margens do rio Arapiuns na aldeia de Aningalzinho, junto ao povo Tupaiu.

Esta aldeia preserva a cultura e a tradição dos antepassados e nunca antes em sua história um grupo de “estrangeiros” havia permanecido ali. O fato realizado pelos educandos do Colégio Sagrado Coração de Jesus foi inédito e marcou a história como o primeiro grupo a permanecer por cinco dias dentro da aldeia, vivendo a cultura e o cotidiano dos nativos, experimentando os desafios, alegrias e esperanças daquele povo que resiste aos tempos, se adapta e resgata suas raízes mostrando a todos que, como outrora, os povos da floresta resistem, preservam e defendem a Amazônia como sua casa, buscando o reconhecimento e o respeito à sua riqueza maior – a natureza.

Com certeza, o grupo rompeu fronteiras, fez história, mas, sobretudo, modificou a sua própria história, o seu modo de ser e estar no mundo, a sua visão sobre a cultura e sobre a própria história do Brasil, lá contada pelos herdeiros dos verdadeiros donos da terra, os defensores e homens da floresta. Ao povo Tupaiu nosso respeito e agradecimento pela confiança e pela abertura.

Eis nossa missão e compromisso enquanto Instituição de ensino, formar pessoas na sua integralidade, desafiar e incentivar o desenvolvimento pleno de nossos educandos com propostas educacionais que rompam paradigmas, que extrapolem os limites da sala de aula e que transformem vidas. Ou seja, ousar para educar, fazer e ser a diferença no mundo, almejando uma educação de qualidade e de excelência.

Altemir Schwarz – Educador