Temporais de outubro e novembro prejudicaram fruta em Pinto Bandeira e devem acarretar na redução de produção

Não fosse o granizo que destruiu parte considerável da safra de pêssego de Pinto Bandeira, as perspectivas dos produtores estariam excelentes, tanto em quantidade como em qualidade. Mas as intempéries climáticas interromperam o otimismo e resultaram numa redução considerável da produção do município. Agricultores só terão uma visão abrangente das perdas após o fim da safra e ainda não sabem estimar o total de prejuízo.
Do outro lado, a redução de quantidade deve levar a um aumento no preço da fruta no mercado. Neste mês ocorre o ponto alto da safra, que deve seguir até o final de janeiro.

Impacto das perdas

De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Fruta de Pinto Bandeira, Vagner Spadari, a perspectiva inicial da safra era muito boa, mas o balizador de tudo foi o granizo, tanto em termos de qualidade, como de preço. “O clima tem ajudado bastante. Choveu bem, o frio foi expressivo. A safra tem sido boa em termos de qualidade. Infelizmente nós tivemos uma perda considerável por causa do granizo, que baixou bastante a qualidade das frutas”, avalia.
O asfalto de péssima qualidade, que liga Pinto Bandeira a Bento Gonçalves, também é motivo de preocupação dos agricultores, na medida em que toda produção precisa necessariamente passar por ele. “Os caminhões saem das câmaras frias para levar pêssegos para o restante do país. Nós temos esse empecilho, de péssima qualidade das estradas. Nós esperamos que os buracos sejam tapados antes da safra da uva”, comenta Spadari.
As variedades precoces de pêssego já foram colhidas e logo chega o período daquelas de ciclo normal. Desta forma, o cálculo referente às perdas com granizo somente serão precisos após o fim da safra.
Na perspectiva de Spadari, as intempéries climáticas desanimaram os agricultores. “O pessoal está triste, descontente, porque dependiam da produção deste ano para pagar financiamento e custeios. Alguns tiveram que cair em banco para pagar a safra”, afirma. Do contrário

Temporal

Após o granizo de novembro deste ano, a Prefeitura de Pinto Bandeira estudou decretar situação de emergência, mas a decisão foi revertida com avaliação jurídica. A partir do laudo fornecido pela Emater, os agricultores atingidos podem buscar refinanciamento de dívidas.
Na época, a Secretaria de Agricultura do município havia estimado que 70% da safra de pêssego foi atingida pela chuva de pedra. Cerca de 240 produtores sofreram prejuízo.

 

Avaliação da Emater

O técnico da Emater de Bento Gonçalves, Thompsson Didoné, explica que este é o período mais forte da safra de pêssego, na medida em que está se colhendo chimarrita, a variedade mais produzida. “Em Bento tende a uma safra normal, sem maiores percalços. Pinto Bandeira foi atingida pelo granizo e lá existem áreas com redução de produção. A perspectiva é que a safra se estenda até janeiro”, avalia.

Na avaliação de Didoné, o pêssego está colorido, com bom calibre e saboroso, além do preço também estar atraente para o agricultor. “O granizo e o excesso de chuva ainda podem ser prejudiciais”, explica.