Joslaine Didone
E um dia eu peguei a margarida e desfolhei perguntado:
-?Bem me quer? Mal me quer? Como se a flor despedaçada tivesse a obrigação de me dar uma resposta. A verdade é que eu queria uma história bonita para a minha vida e, então me apeguei as expectativas que criei em meu imaginário “uma vida perfeita”. Só que a vida não segue em linha reta, não dá para esperar uma vida pronta e desenhada, aquilo que arquitetamos em nossa mente nem sempre sai conforme o planejado. Na curva da vida, fiz escolhas certas, outras equivocadas, com portas na cara ou com janelas abertas. E tive medo de seguir sozinha e ofereci minhas mãos para quem não estava ali para segurar, pois tinha comigo a teimosia de esperar bondade e gentileza, por mais que eu me decepcionasse. Tive dias ruins, em que meu cabelo estava péssimo, dias que olhava para meus vestidos e parecia que nenhum ficava bem, dias que o café estava fraco, que o salto do sapato quebrou e que até o sol que brilhava lá fora não era suficiente para aquecer meu interior. E como diz minha amiga Pamela tem dias que dá vontade de chutar o balde com os dois pés. No fundo sabemos que para avançar a gente precisa fazer escolhas e equilibrar as emoções, uma insatisfação não me torna inimiga de ninguém mas faz com que meu coração estreite o lugar que a pessoa tinha. Confiança uma vez quebrada não volta tão fácil, por mais que a gente tente ser legal, até porque quem perdoa é Deus eu apenas faço uma planilha de cada vacilo que fazem comigo . Concordo com Carpinejar que disse: “Depois que se arrebenta o laço da confiança, o fio fica curto para outro nó”. Hoje sei que a vida é bem grande, ela é vasta e nós somos um universo tão bonito, mas sei também que a vida não tem repetições, não se tem de novo. Só temos o agora. Parece triste, mas a vida é feita de nascimento e morte, os tempos nascem e morrem para nos ensinar a viver. Marciele Pieroni Gastaldi falou: “Deixe seu medo em offline, desperta a vontade de mudar e não se prenda ao que já deu errado”. Então que tenhamos a coragem de despertar para a vida, antes que o tempo passe e você seja incapaz de contar suas histórias.