Há 12 anos, após um corrimento no nariz, um jovem de apenas 14 anos foi diagnosticado com uma doença assustadora: leucemia linfoblástica aguda. Para vencer a luta contra a doença, Bruno Basso passou por quimioterapia e radioterapia, porém, em 2010 a doença voltou e a solução dependeria de um transplante de medula óssea. “Na época, fizemos três campanhas de doação aqui em Bento, mas não encontramos doador, nem no banco nacional e nem no mundial, minha mãe é 60% compatível comigo e meu pai 50%, então, em últimos casos, minha mãe seria a doadora”, relembra Basso.
Foi depois de alguns meses que chegou a notícia mais esperada pela família: foram encontrados dois cordões umbilicais compatíveis, um de Nova York e o outro de São Paulo. “Fizemos o transplante por duplo cordão umbilical em agosto de 2010 e desde então eu venho lutando”, afirma Basso.
Embora o transplante de medula óssea tenha sido um sucesso, a luta não terminou. Basso enfrentou muitas complicações, dentre elas, pneumonia bacteriana seguida de tuberculose. “Em 2013 comecei uma nova luta contra esteoporose crônica, osteonecrose, gonartrose severa e esculeose nas costas, tudo por conta do uso demasiado do corticoide. Ainda naquele ano fiz cirurgia para colocação de prótese no meu joelho esquerdo e em 2016 foi realizado o procedimento de artrolize nos meus dois cotovelos, agora falta colocar a prótese no joelho direito, mas ainda não é o momento certo pra fazer essa cirurgia”, afirma Basso.
O custo da próxima cirurgia no joelho terá custo de aproximadamente R$18 mil, dinheiro do qual o jovem e a família vão tentar arrecadar por meio de doações. As cirurgias das próteses são todas realizadas em Passo Fundo, pelo custo mais baixo.
Em relação à leucemia, Basso conta que ainda não está curado. “São dez anos pós-transplante, ou seja, em 2020 eu estarei, mas tem que ter acompanhamento anual, pois pode ter decorrências da leucemia, foi o que aconteceu comigo no final de 2017, apareceu um cisto nasopalatino e um linfonodulo na bochecha, então eu teria que passar por seis cirurgias na boca, dessas, cinco eu já fiz nos últimos meses de 2018. São efeitos colaterais da doença. Hoje já contabilizo 21 cirurgias ao todo”, diz.
Como é a rotina de Bruno hoje
Apesar de todos os problemas enfrentados ao decorrer desses anos, Basso, hoje com 26 anos, leva uma vida normal, dentro do possível. Há pouco mais de um ano, trabalha com unitarização de medicamentos no Hospital Tacchini e nas horas extras, o jovem desenvolve um projeto solidário chamado de Solidariedade Serra Gaúcha. “Eu ajudo o povo com empréstimo de produtos ortopédicos, são 120 produtos que eu tenho em casa e que empresto paras as pessoas sem cobrança de taxas, só mediante assinatura de um termo”, conta.
Basso relata que está vivendo um dia por vez, apesar de estar sempre envolvido com algo relacionado à doença. “Eu tenho limitações, mas não me afeta em nada, hoje eu consigo trabalhar, consigo fazer o que quero. Eu não estou preocupado com o que vai vir pela frente, eu tive a chance de estar vivo, eu perdi 22 amigos por causa da leucemia e eu estou aqui, então tenho que agradecer a Deus”, expressa.
Vania Basso, mãe do jovem, demonstra gratidão e alegria pelo filho ter sobrevivido à tantas batalhas. “A recuperação dependeu muito dele, de Deus também, mas o paciente precisa estar sempre com animo para lutar. Felizmente ele está aí, forte, seguindo na batalha. É bom ver ele aqui, fazendo o serviço que ele faz, ajudando o povo. Eu agradeço muito por ele estar bem, foi uma luta muito grande, mas ele está aí para dar exemplo”, conta Vania.
Grupo Solidariedade Serra Gaúcha
Questionado sobre quais os sonhos tem para o futuro, Basso conta que pensa em futuramente transformar o Grupo Solidariedade Serra Gaúcha em uma ONG. “Minha intenção é retribuir o carinho que eu tive em forma de ajuda, mas sozinho eu não sou ninguém”, explica.
Entre os aparelhos ortopédicos, Basso dispõem de sandália para joanete, cama articulada, bota imobilizadora, cadeira de banho, muletas, colar cervical, cadeira de roda, aparelho de nebulização, entre outros.
Quem precisa de algum desses aparelhos emprestado ou quer fazer parte do Grupo Solidariedade, basta entrar em contato com Basso, via Whatsapp:
(54) 9 9634-1589