Muito triste os fatos recentes ocorridos no Chile, país que se destacava como o primeiro em crescimento e desenvolvimento econômico na América Latina, apresentando cenas de ataque e destruição do patrimônio público. Estações de metrô, igrejas e monumentos destruídos. Tudo em nome de uma pretensa democracia desejada por grupos de anarquia. A “democracia” das ditaduras sempre foi conquistada com violência.

Ouvi o discurso de um pretenso líder populista que incentivava os brasileiros a seguirem o “exemplo” do Chile. Uma vergonha. Em proporção menor, mas com a mesma maldade, pichadores não respeitam o público e o privado fazendo suas mazelas em muros, fachadas de casas e monumentos.

Chamei a atenção num rapaz que urinava no monumento a Bento Gonçalves já na calada da noite. Não bati nele pois com a pedrada a distância era suficientemente segura para sair correndo caso o cretino revidasse. Não sou covarde mas preservo a vida, ainda mais em se tratando de revide de vândalo que nada tem a perder.

Censurei uma mulher que varria a calçada e a rua jogando toda a sujeira no bueiro público. Eram copos de plástico, garrafas e outros materiais deixados por outros porcos que nas noites festivas, para eles, deixam dejetos por onde passam ou se reúnem. Errada a mulher entupindo o esgoto e errados os “porcos” das noitadas.

São muito mais preocupantes as ações que delapidam o patrimônio público quando corruptos se aproveitam das oportunidades que se lhes apresentam para roubar o que é público, ou para locupletar-se ou para favorecer a terceiros ou para encobrir seus próprios erros de administração pública.

Lembro quando em 1978 o Dr. Lucindo Andreola foi incumbido pelo então prefeito municipal para fazer um levantamento de todos os imóveis propriedade do município. Trancou-se numa sala dos fundos da Casa Amarela e levou mais de ano em assíduo trabalho localizando e documentando cada um dos imóveis.

Eram tantos os imóveis que surpreendeu. Alguns estavam sendo indevidamente ocupados e recupera-los para integrar o patrimônio foi uma das tarefas do setor jurídico, comandado pelo Dr. Lucindo.

Vez por outra apareciam interessados em permutar imóvel, propriedade da municipalidade, por outras áreas. Os critérios de troca eram com real e atualizada avaliação de forma a não diminuir o valor do patrimônio público. Para tanto, os zelosos edis, que na época constituíam a Câmara de Vereadores, eram verdadeiros fiscais. Legaram para o futuro seus nomes e demonstraram a dignidade do cargo.

Recordo das sábias palavras do Dr. Lucindo Andreola: “Imóvel se permuta por outro imóvel, sempre com vantagem para o patrimônio público. Nunca se dá patrimônio público em pagamento de dívidas, especialmente de serviços prestados. Para tal existe a receita pública cujos serviços contratados devem ter o respectivo empenho”. (O valor já disponível nos cofres públicos)

Professor Dr. Lucindo: obrigado pelas aulas que recebi lá naquela salinha dos fundos onde as traças foram espanadas das escrituras e registros públicos dos imóveis que também me pertenciam como cidadão de Bento Gonçalves. Muito obrigado!