Quem analisa a arquitetura da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul torna-se reconhecível que a falta de estradas e a escassez de recursos provocaram uma arquitetura independente da industrialização que usava madeira, pedra e barro.

O ferro – especialmente na forma de pregos – contudo, desde o início esteve presente como material fundamental. A seguir introduziu-se outros materiais trazidos de fora: vidro, ferro galvanizado, mais os materiais da região permaneceram como elementos básicos. Já a elaboração artesanal cedeu lugar ao processamento em olarias, serrarias e pedreiras comerciais.
No primeiro período das construções provisórias, correspondeu ao tempo da implantação da sociedade de colonial, tanto urbana quanto rural.

Para que se tenha uma imagem de como foi árdua a ocupação das terras onde se estabeleceram os imigrantes italianos, convém lembrar as dificuldades e o desconforto que eles passaram.

Chegados ao lote rural, tornavam-se muito tristes pela falta absoluta de conforto, abandonados no meio da mata, longe, duas, três e até cinco horas de caminho até chegar à sede, sem vias de comunicação, obrigados a se satisfazer com uma miserável cabana. Pode-se imaginar o desânimo que estes coitados sentiam!

“Nos primeiros dias, olhavamo-nos uns aos outros, perplexos, sem poder falar”.

“Quantas vezes afogávamos a nossa dor, a nossa tristeza no pranto em comum, procurando consolo no nosso trabalho. Quantas vezes preferimos a morte do que aquele estado de vida selvagem! Quantas vezes, desencorajados, nos ajoelhamos diante de uma árvore e, entre soluços e lágrimas, suplicávamos a proteção do Altíssimo e da Virgem Maria, rezando o Santo Rosário com fervorosa devoção.” Depoimento do Imigrante Ângelo Dall’Acqua Lorenzoni – 1975 pág 64.

Praticamente nada restou destas construções primitivas, que eram demolidas pelos próprios imigrantes ao concluírem a casa definitiva. Mesmo quando a primeira casa foi transformada em estábulo ou similares, ainda assim coube ao tempo seu desaparecimento, porque, pela característica de construção provisória, e no critério de seus proprietários, não merecedoras de investimento para a manutenção, deterioravam-se com rapidez.