Piloto bento-gonçalvense, Jorge Colau volta às pistas depois de mais de duas décadas ao lado de parceiros veteranos e de um piloto novato. E com o velho “Opalão” que estava guardado na garagem de casa
O insistente apelo do amigo Vineton Zambon, parceiro “de algumas décadas”, hoje com 71 anos, mais um Opala guardado na garagem fizeram, depois de 20 anos, o coração acelerar mais forte no peito de Jorge Colau, a lenda das provas de arrancada e, mais tarde, das pistas de corrida. Aos 58 anos, o industrial do ramo químico em Bento Gonçalves, que também foi piloto de kart, participou no último final de semana da retomada das provas de velocidade no estado, no Autódromo Internacional de Guaporé.
O retorno depois de, mais precisamente, 24 anos, foi ao lado do veterano Vineton e do novato Eduardo Valmorbida que, pela primeira vez, enfrentou um circuito como profissional. Eles foram participar da Prova Duas Horas de Duração, na qual dividiram freadas e curvas com modernos modelos de carros, como as cobiçadas Lamborghini, mas acabaram disputando também a Copa Classic, para carros com 30 anos ou mais, de várias marcas e modelos. O trio – únicos representantes de Bento na Federação Gaúcha de Automobilismo (FGA) – voltou para casa com o quarto lugar na categoria TS depois de vencer a segunda bateria da Classic, e a 12ª colocação geral entre cerca de 30 outros velozes carros.
Ideia é continuar até o fim do ano
O Opala, segundo Colau, estava guardado desde quando parou de disputar as provas de velocidade pelo estado e em circuitos do país afora. Com preparação de outro veterano das pistas, Vilmar Valmórbida, o bólido azulão tem certificação e todos os itens de segurança exigidos para estas disputas. “É um seis cilindros que dá mais de 200 (quilômetros) por hora. O ronco do motor é adrenalina pura”, vibra o piloto. A pretensão de Colau, com Vineton e Eduardo, mais a assessoria técnica e mecânica de Vilmar, é terminar o campeonato deste ano nas categorias Classic e Endurance (provas de longa duração).
Para isso, eles têm pela frente, ainda, pelo menos mais três corridas na Classic e três da Endurance com datas e locais ainda a serem definidos pela Federação Gaúcha. “Por causa dessa pandemia que está aí (a Covid-19, provocada pelo coronavírus) não tem nada definido ainda sobre onde vão ser as corridas, nem em quais dias. Muito provavelmente deve acontecer alguma em Tarumã (Viamão) e em Nova Santa Rita”, diz o piloto bento-gonçalvense. Outra que ele projeta deve ser a “Seis Horas de Guaporé”, provavelmente em novembro próximo.
O veterano apaixonado pela velocidade completa: “se tudo der certo a gente corre até o fim da temporada nestas duas categorias. Vamos torcer para que tudo isso (restrições impostas para evitar o contágio do coronavírus) passe e a gente volte a competir em boas provas pelo estado, com circuitos sempre cheios de gente para assistir os pegas dentro das pistas”.
“Automobilismo é paixão”
Jorge Colau volta aos circuitos “com apoio total dentro de casa”, segundo garante. “Da esposa e filhos”, diz, principalmente da filha Débora, 14 anos. “Ela é apaixonada por corrida e a que mais me incentivou a voltar”, afirma. Os outros filhos – três – mantêm distância das pistas, revela o industrial-piloto que se diz fã de Ayrton Senna, piloto de Fórmula 1 que morreu em acidente no Grande Prêmio de Ímola, na Itália, em 1º de maio de 1994. “Claro, também gosto do Nelson Piquet e do Émerson Fittipaldi”, completa.
Importante
1 – Iniciou como piloto de kart.
2 – Depois, disputava provas pilotando um Chevette com mecânica de Opala.
3 – Mais adiante, passou a pilotar o Opala que tem até hoje.
4 – Jorge Colau foi por 12 anos consecutivos Campeão Gaúcho de provas de arrancada pela Confederação Brasileira e Federação Gaúcha de Automobilismo.
5 – Também tem dois títulos de Campeão Brasileiro e um de Campeão Sul Americano.
6 – Em casa tem guardados mais de 700 troféus que conquistou.
Imagens: Cesar Luz, Arquivo Pessoal e Silvestre Santos