A pandemia do coronavírus mudou completamente a rotina das pessoas que têm por hábito frequentar as igrejas. Embora tanto o decreto municipal quanto o estadual permitam que locais que realizem celebrações religiosas continuem atendendo, desde que obedecendo o limite máximo de pessoas nas missas e cultos, quem está envolvido diretamente, decidiu não abrir as portas durante esse período.
É o caso das igrejas católicas, que celebraram a última missa com púbico presente no dia 19 de março. “Optamos em não ter público justamente para preservar a vida das pessoas, que é o bem maior. Pelo tempo que for necessário, vamos manter as igrejas fechadas, independente dos decretos. Quando a situação amenizar, vamos reabrir”, enfatiza o pároco da Paróquia Santo Antônio, Padre Ricardo Fontana.
Embora as atividades presenciais da paróquia tenham sido canceladas ou suspensas por tempo indeterminado, as missas continuam sendo celebradas, porém, em formato diferente: online, por meio de transmissão ao vivo nas redes sociais. “Todos os dias estamos fazendo transmissão da missa, às 18h. Durante a semana, a média é de 130 pessoas assistindo. Nos domingos, alcançamos até 400 pessoas acompanhando ao vivo”, conta o padre Fontana.
O pároco da Paróquia São Roque e da Nossa Senhora do Rosário, de Faria Lemos, Padre Daniel D’Agnoluzzo Zatti, afirma que a comunicação virtual está sendo muito presente na vida pastoral. “Conheço algumas pessoas de 80 anos ou mais que começaram a mexer no Facebook e aprenderam justamente para acompanhar as programações da paróquia. Outros pedem auxilio dos jovens. Está sendo um desafio para alguns, mas estão conseguindo dar conta”, observa.
Catequese em família
Como o momento é de readaptação, as aulas da catequese continuam, porém, de casa. Para isso, os padres estão gravando vídeos na paróquia que, posteriormente são enviados para as catequistas, que repassam o material para que os próprios pais façam os encontros com as crianças. “Essa interação está sendo bem interessante. Está sendo bonito o vínculo”, elogia o padre Fontana.
Páscoa nas Casas
Para a Semana Santa, as paróquias Santo Antônio, Cristo Rei, São Roque e Nossa Senhora do Rosário, de Faria Lemos, darão vida à campanha “Páscoa nas Casas”. O objetivo é incentivar os católicos, das suas próprias casas, a celebrem a paixão, morte e ressurreição de Jesus com intensidade.
As celebrações de Ramos, Ceia do Senhor, Paixão, Vigília Pascal e o Domingo de Páscoa serão transmitidos nas páginas de todas as paróquias. Além disso, de acordo com o pároco da Paróquia Cristo Rei, padre Gilmar Paulo Marchesini, cada dia terá um símbolo diferente onde as famílias poderão colocar em destaque nas casas.
Considerada a festa mais importante para os cristãos, a Páscoa desse ano, embora não tenha a proximidade física, segundo Marchesini, ainda será em “comunhão profunda com todos os que creem”, afirma.
Igrejas evangélicas
As igrejas evangélicas do município também optaram por não celebrar os cultos presenciais. O pastor presidente da Assembleia de Deus em Bento Gonçalves, Eliezer Morais, afirma que as portas estão abertas para a comunidade nos horários em que ocorreriam os cultos, entretanto, apenas para fazer atendimentos individualizados. “Caso alguém venha, a gente atende, oramos, ajudamos quem tem alguma necessidade espiritual”, explica
Morais afirma que a igreja está em casa até que sintam segurança para poderem se reunir novamente. “Todo mundo está fazendo os cultos em casa e nós transmitimos a palavra, a oração, via redes sociais. A nossa igreja sempre incentivou o que chamamos de culto doméstico. É uma pratica dos nossos membros realizar o culto em casa”, explica.
O pastor destaca a importância de manter a fé e a esperança em Deus em situações de dificuldade. “A presença das igrejas em qualquer momento de crise é muito importante. A presença do espiritual, da fé, de as pessoas terem esperança, confiança em Deus em qualquer momento, especialmente no de crise, é imprescindível”, acredita.