Número se baseia em ausências não justificadas pelas pacientes durante todo o ano de 2019, em Bento
Um exame simples pode diagnosticar ou prever que um resultado indesejado apareça. O Câncer de Mama é o segundo tipo de câncer mais comum em mulheres no Brasil e no mundo, ficando apenas atrás do câncer de pele não melanoma. O dia 5 de fevereiro é lembrado como o Dia Nacional da Mamografia, data em que objetiva sensibilizar mulheres sobre a importância de realizar o exame para a detecção precoce da doença.
Em Bento Gonçalves, no ano de 2019, entre mamografias bilateral e unilateral, foram autorizadas 5.213 pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Destas, 1.000 foram canceladas por motivos diversos, sejam eles ausência, a pedido da paciente ou não comprovação de resultado. A coordenadora do setor de Regulação Ambulatorial da Secretaria, Daiane Piuco, pontua que é importante que a paciente faça a sua parte. “Do total, 362 mulheres não justificaram a ausência. Cada exame custa R$ 22,50, para unilaterais, e R$ 45, para bilaterais. Sendo assim, no mínimo, R$ 22,5 mil poderiam ter sido utilizados. Uma vantagem de credenciamento com clínicas é que somente são pagas consultas executadas”, explica.
A Prefeitura possui convênio com uma empresa terceirizada prestadora do serviço. Em casos de não comprovação de resultado, a Coordenadora esclarece que o resultado para o setor de auditoria é o que comprova que a paciente realizou o exame. “Por exemplo, se o prestador encaminha a nota com a autorização, porém não apresenta o resultado de realização do exame no final do mês para auditoria, este não é pago, então é cancelado. Não há custo algum para a paciente, ela deve apenas comparecer ao local agendado com a solicitação”, reitera.
Bento é referência para outros cinco municípios, então recebe o recurso federal e gerencia as cotas, conforme o número de habitantes. Os exames podem ser solicitados pelos médicos e pelas enfermeiras da rede, de forma online, no momento em que foi gerado na própria unidade e entregue para a paciente.
Apesar dos números, a Capital do Vinho atinge a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, que é de 0,40%. “A procura pelo exame é relativamente grande. Todos os anos ultrapassamos o número estabelecido”, comemora a coordenadora do setor de Saúde da Mulher, Evelise Bender. De acordo com a SMS, não há demanda reprimida.
A recomendação do Ministério da Saúde é que mulheres entre 50 e 69 anos façam o exame de mamografia a cada dois anos. Já entidades médicas — como a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) — recomendam que mulheres se submetam ao exame anualmente, a partir dos 40 até os 74 anos. Em casos específicos, como quando há histórico de casos de câncer de mama na família, o médico pode solicitar o exame em idades mais jovens e intervalos mais frequentes.
Como é feita a mamografia?
O seio é colocado entre as duas placas do mamógrafo que emite raios X para produzir as imagens. Pode ser um pouco desconfortável por conta da compressão e algumas mulheres sentem dor nos seios, principalmente se o exame for feito logo antes do período menstrual.
E o pós?
No geral, não há nenhuma recomendação ou cuidado específico após o exame. A mulher pode ir embora normalmente. Em alguns casos, pode ser solicitado um ultrassom das mamas para complementar a mamografia.
Foto: Franciele Gonçalves