Hoje estou me aproximando dos meus quase 70 anos, portanto, já incluso nos programas sociais da terceira idade, vista como sendo a melhor das idades. Não discordo, pelo contrário, concordo pois, se trata da idade que acumulamos conhecimentos que adquirimos através dos anos. Conhecimentos que facilmente podemos transmiti-los aos nossos filhos e netos, para ganharem antecipadamente e encurtarem o tempo para adquirirem que levariam muito tempo para encontrá-los na caminhada. Este ganho antecipado lhes traz uma vida mais tranquila e com menos percalços, ou então, poderem driblar certas situações do dia a dia, que lhes trariam muitos dissabores e complicações.

Mas é nesta idade que vamos experimentar realmente o que acontece conosco dentro de uma sociedade nada preparada para lidar com os chamados de idosos. Uma sociedade que vive fortemente pela ostentação um velho se torna um empecilho dentro deste lar. Uns são colocados em asilos pelos filhos pois, não querem ter esta situação em cuidarem de seus pais e outros os mantem em casa, por não terem condições de pagarem ou por outras razões. E nestes casos para mantê-los e cuidarem, todos os seus ganhos ficam nas mãos de um dos filhos que por muitas vezes os usufruem em seu próprio benefício, deixando seus pais nas maiores necessidades e muitas vezes sendo agredidos e ofendidos. Portanto, semente plantada a colheita é obrigatória. É a lei natural.

Mas outro caso que está me chamando muita atenção é o nosso comércio. Ultimamente, observo os atendentes, isto é, balconistas que estão cometendo uma grande injustiça e uma grande falta de educação e o mais preocupante o desprezo com as pessoas da terceira idade. Percebe-se facilmente que não estão preparados para atender, esta faixa de idade. Ao entrarem em alguns estabelecimentos, percebe-se que fazem de conta que não os enxergam, não dando a mínima atenção. Ao chamá-los para atender ou de dar algumas explicações sobre o produto, se aproximarem, dizem: o que foi! Com certa arrogância. Ao invés de: em que posso ajudá-lo! Ao saírem do estabelecimento, nem obrigado e nem tchau. Por educação se despedem e agradecem e não lhe dão retorno. É muito triste ver jovens muito mal preparados para o futuro. E os donos dos negócios por pura ostentação, não imaginam o quanto estão perdendo com isso, por não os prepararem para um bom atendimento independente da idade dos seus clientes. Em contrapartida, temos alguns estabelecimentos comercias em nossa cidade que o atendimento é ótimo, assim aumentam o volume de suas vendas e nos fazem voltar para mais compras, porque, nos proporcionam alegria e um bem estar e o mais importante uma parceria, eu diria uma fidelidade. E outra, naquele momento como o balconista vai saber se o idoso ou idosos que ele esta atendendo naquele momento são daqui mesmo ou visitantes! Se forem visitantes, irão levar a nossa imagem negativa que se espalhará pelo mundo do turismo.

Bento Gonçalves tem nos últimos anos aumentado extraordinariamente o volume de turistas que nos visitam, pelas nossas tradições, pelos nossos costumes que chamam muita atenção. O turista quer nos conhecer, quer ter o contato pessoal, quer ver o que produzimos e o que são as nossas artes a nossa cultura. Mas nem todos estamos preparados. Portanto, independente se são ou não turistas, devemos tratar com educação, respeito e cordialidade proporcionando assim um ótimo atendimento e um relacionamento que produzirá raízes. E o mais importante de tudo isso, os ganharemos e com certeza absoluta retornarão mais vezes.

Dorvalino Senaglio
Autônomo