Reflexo da expansão da produção audiovisual na região, festival bate, ano após o ano, o número de produções inscritas. Nesta edição, foram 122 obras enviadas para seleção e 50 selecionadas, a Capital do Vinho, no entanto, terá só um trabalho competindo, o videoclipe “Tão longe do começo”, de Kelvin Alves
Nesta semana, o CineSerra divulgou a lista de produções audiovisuais selecionadas para a mostra competitiva que ocorrerá de 1º à 14 de abril, com sede em Caxias do Sul e exibições em Bento Gonçalves, Garibaldi, Gramado, Flores da Cunha, Nova Petrópolis e Porto Alegre.
O total de projetos inscritos e selecionados dá contorno ao sucesso crescente do festival, bem como à evolução da produção audiovisual na Serra Gaúcha e também no estado. Para ter uma ideia, somente entre a 4ª e 5ª edições as inscrições passaram de 77 para 110. Desta vez, embora tenha tido um aumento mais modesto, as inscrições bateram novo recorde: foram 122 obras, um aumento de quase 11% quando comparado à última edição, das quais 50 foram selecionadas para as sessões de exibição e para concorrer às premiações, sendo 20 para o certame regional e 30 para o estadual.
O número de produções de Bento Gonçalves inscritas no festival, no entanto, vão na contramão do avanço visto em outros municípios. A cidade que já contou com quatro trabalhos selecionados para a competição em 2016, e obras premiadas nas últimas edições, como o documentário “Talian – La nostra vera lengua madre” e a ficção de horror “Latíbulo”, esse ano só emplacou uma obra, selecionada na categoria videoclipe, a produção “Tão longe do começo”, de Kelvin Alves. A quantidade de inscrições também foi baixa, foram só três no total.
Para o diretor artístico do Cineserra, Leandro Daros, o recorde de inscritos e de projetos selecionados é a prova da evolução do audiovisual na região, bem como da solidificação do festival enquanto referência na área. “O número de inscrições é muito positivo, pois apesar de cortes de leis e falta de incentivos, a produção independente segue produzindo de uma forma ou outra. Ver que o segmento segue ativo e criando, nos deixa muito felizes”, comemora. Acerca da importância de festivais como o CineSerra, sublinha os retornos recebidos por produtores que já tiveram algum trabalho exibido na mostra. “Muitos diretores nos comentam que é muito importante para eles a participação no evento, até porque temos poucos festivais acontecendo no estado na área do audiovisual. E no CineSerra a gente costuma ter peculiaridades que outros festivais não tem, como são os casos das sessões de exibição”, comenta.
Videoclipe de Kelvin Alves é o único representante de Bento
Músico e compositor Kelvin Alves, atendeu a reportagem do Semanário, por meio da qual recebeu, em primeira mão, a notícia de que seu clipe videoclipe “Tão longe do começo” foi um dos 20 trabalhos da região selecionados para concorrer às premiações do 6º CineSerra. “Foi um dos selecionados mesmo? Que legal. Não sabia ainda. Sem palavras mesmo!”, comemorou surpreso, como que assimilando o anúncio. A surpresa, conforme admite, se dá pelo fato de o trabalho ter sido feito sem pretensões. “Eu nem sabia que tinha categoria de videoclipe, como foi um projeto patrocinado pelo Fundo Municipal de Cultura, o Evandro, secretário de Cultura, me incentivou a escrever. Foi tudo feito sem muito planejamento, na raça. Tenho ideias para futuros clipes com roteiros elaborados, então foi imprevisto mesmo”, acrescenta.
Vocalista e multi-instrumentista natural de Bento Gonçalves, Kelvin Alves exerce os ofícios de músico e compositor desde 2005. Tem no currículo, entre outras conquistas, experiências profissionais na composição de trilhas sonoras para teatros de São Paulo e o 1º Lugar no Festival de Música Popular. Apesar de ter mais de 15 anos de estrada, talvez, como ele mesmo comenta, poucos meses foram tão “corridos” como os últimos. Afinal, em dezembro, o músico fez a apresentação de lançamento de seu primeiro álbum autoral “Tão longe do começo”, e em janeiro, foi a vez de lançar “Trebianno”, disco homônimo da banda instrumental da qual é integrante, ambos financiados pelo Fundo Municipal de Cultura. Em fevereiro, por fim, a seleção de seu videoclipe para o CineSerra.
As expectativas para ver sua obra exibida no telão são altas. “O festival vai dar visibilidade ao projeto como um todo. Participar da premiação fortalece o currículo, além de poder gerar vínculos futuros. O festival é da região inteira, o pessoal do cinema pode ver meu nome, pesquisar meu som e chegar até mim por esse meio”, projeta.
O cenário e a mensagem
Tomadas de uma vista única da ferradura no Rio das Antas, captadas pela Vagão Filmes do alto de um monte, mescladas à cenários emblemáticos da cidade, como a Ponte Ernesto Dornelles e um de seus túneis abandonados, são, em essência, o pano de fundo onde se desenvolvem as imagens do videoclipe “Tão longe do começo”. E é justamente a escolha dos cenários escolhidos, na opinião de Alves, um dos motivos que levou o videoclipe a ser selecionado como um dos finalistas do CineSerra.
As datas e sessões de exibição das obras do CineSerra ainda não foram divulgadas, mas o festival ocorre de 1º a 14 de abril. Ainda inédito, o clipe de “Tão longe do começo” deve ser lançado hoje, 23, no canal do músico no youtube, “Kelvin Alves Oficial”.