Entidade representante de arquitetos e engenheiros quer priorizar a valorização da classe em 21 municípios da região
A Associação dos Engenheiros e Arquitetos da Região dos Vinhedos (AEARV), celebra 40 anos de trajetória em 2018. Criada em meio à necessidade de valorização da classe, a entidade alicerçada em projetos de fundações sólidas, desenhou sua história na capacitação técnica de seu corpo associado, na aproximação com os órgãos superiores, no respeito aos códigos éticos das atividades e na promoção de congressos e encontros científicos.
Durante as quatro décadas de existência, a entidade sempre buscou pelo constante aperfeiçoamento da formação acadêmica, assim como a participação no debate de questões inerentes à classe que envolvem o bem coletivo. Palestras frequentes, seja para a apresentação de novos produtos no mercado, seja para a qualificação a respeito de técnicas construtivas, são umas das principais contrapartidas oferecidas pela AEARV aos associados. “A valorização do profissional da arquitetura e da engenharia começa dentro da associação, é por isso que ela existe. Com ela, mostramos à sociedade como esses profissionais são indispensáveis para a segurança e a organização do espaço habitado”, comenta o presidente da entidade, engenheiro civil Diego Panazzolo.
Segundo Panazzolo, as visões compartilhadas com a classe local oferecem novas formas de pensar e construir não apenas edificações, mas também uma sociedade. “Estamos em busca de uma formação de caráter crítico para nossos profissionais, pois vivemos numa época de muitas mudanças de conceitos”, afirma.
Para o presidente, esta é uma forma, também, de a AEARV demonstrar sua preocupação com a comunidade. Ao longo de sua existência, a entidade colocou-se como um ente disposto a interferir de modo positivo em questões pertinentes ao convívio coletivo. Os casos mais recentes dizem respeito a seu posicionamento diante do plano diretor e das futuras instalações do presídio da cidade, além de ter estabelecido uma aproximação com órgãos afins, como o Instituto de Planejamento Urbano (IPURB). “A existência de uma entidade não pode ser apenas para o bem de uma determinada categoria, ela precisa transcender isso e devolver à sociedade alguma forma de contribuição”, acredita Panazzolo.
História da Entidade
A entidade foi fundada oficialmente em 23 de setembro de 1978. Porém, sua atuação é mais antiga, pelo menos 15 anos antes, oriunda de um encontro de classe reunindo profissionais com formação acadêmica. A evolução para a criação de uma associação, no entanto, só se daria 13 anos depois daquele momento.
Em janeiro de 1976, um ofício encaminhado por Pasquali ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-RS) formalizaria a ideia de estabelecer uma entidade que tivesse representação no próprio conselho. E colocaria em prática o plano daqueles precursores, porém, agora, já acrescidos e fortalecidos pelo ingresso de profissionais também de fora de Bento Gonçalves
Assim, a AEARV nascia com uma força expressiva maior, incluindo representantes de 21 municípios da região Nordeste do Estado – e demonstra como os ideais daqueles pioneiros foram essenciais para sua grandeza.
Diego Panazzolo – Presidente
“Devemos primar pela sustentabilidade do setor”
Jornal Semanário: Qual o significado em celebrar os 40 anos da AEARV?
Diego Panazzolo: Quarenta anos, sem dúvida, é uma longa história e a AEARV tem trabalhado pelo crescimento, não só da entidade, como dos seus associados, mas é bom frisar a importância da entidade para a sociedade como um todo, pois ela serve de balizador, pois muitos assuntos técnicos, como o Plano Diretor, temos dado esse suporte para que as pessoas entendam o que deve ser feito. Acho que essa data marca esse envolvimento.
JS: Quais os eventos programados para marcar o aniversário da Entidade?
Panazzolo: Nós temos uma série de eventos que já iniciaram em fevereiro, com palestras técnicas, aperfeiçoamentos que promovemos aos associados, para chegarmos no evento principal, que é o congresso, fechando com chave de ouro. São inúmeros palestrantes do país todo e do exterior, para que mostre a grandiosidade dos 40 anos da AEARV.
JS: Principais conquistas que podem ser destacadas nessas quatro décadas?
Panazzolo: Acho que a gente pode dizer que uma das conquistas é o crescimento das profissões, o fortalecimento dessa área de atuação. Antigamente, não se falava em contratar esses profissionais para executar obras menores. Hoje, já enxergamos essa consciência da sociedade. Ainda há muito para evoluir, mas as pessoas já sabem da importância de ambos profissionais para o sucesso de suas obras.
JS: Qual é a importância da Entidade na sociedade bento-gonçalvense?
Panazzolo: Nós integramos diversos conselhos municipais e estaduais, então, através dessas participações é que mostramos a importância da formação de opinião técnica, no envolvimento da entidade perante esses assuntos. Um deles é o Conselho Municipal de Planejamento de Bento Gonçalves (Complan) e que veio à tona essa questão do Plano Diretor, a qual a AEARV tem trabalhado arduamente, mas integramos inúmeros conselhos em diversas áreas, como a saúde, habitação, interesse social.
JS: Você falou sobre o Plano Diretor. Como a AEARV se posiciona sobre o projeto que foi arquivado?
Panazzolo: Participamos da formatação do novo plano, entre as diversas entidades técnicas. Defendemos que esse plano, montado por um conjunto de entidades seja levado adiante, após o desarquivamento e que tenha a sua aprovação realizada. A AEARV tem trabalhado muito para que seja esse plano aprovado.
JS: Os números divulgados pelo Governo mostram a recuperação, quanto a crise econômica. O setor de imóveis/construção foi afetado? Há sinais de melhora no cenário?
Panazzolo: Sem dúvida afetou o nosso setor. Podemos ver isso pelos empreendimentos na cidade que tiveram redução em seus lançamentos, mas podemos enxergar um horizonte novo para 2018, onde as pessoas comecem a retornar esse crescimento na construção ou reforma. Conseguimos sinalizar resultados positivos na área da arquitetura e engenharia.
JS: Como você enxerga Bento Gonçalves nos próximos anos?
Panazzolo: Devemos primar pela sustentabilidade do setor. Pelo desenvolvimento sustentável e isso demanda várias diretrizes, não só a construção em si, mas que seja analisado todo o entorno da construção cada vez mais, porque não adianta termos inúmeros prédios se a região não oferece condição de termos esses empreendimentos inseridos.