Números em Bento Gonçalves coincidem com os apresentados pelo Estado; fiscalização é vista como principal fator

Os últimos números apresentados pela secretaria municipal da Saúde (SMS) de Bento Gonçalves, através da Vigilância Ambiental apontam estabilização nos focos do mosquito Aedes Aegypti, causador da dengue, chikungunya e zika vírus em 2017, se comparado ao ano passado. O levantamento coincide com os resultados apresentados pelo Governo do Estado na semana passada, onde casos e criadouros também diminuíram em todo o Rio Grande do Sul. Conforme o Poder Público, a diminuição é resultado de maior fiscalização por parte dos profissionais de saúde, bem como, da conscientização da população. Para os profissionais, o cuidado deve ser constante, em especial a eliminação de locais com água parada e criadouros com mosquito.

Segundo a coordenadora da Vigilância Ambiental, Analiz Zattera, em 2017, foram encontrados em Bento Gonçalves um foco do mosquito no mês de março, igual a 2016. Para Analiz, a redução deve-se à fiscalização da equipe de agentes. “Realizamos durante todo ano o levantamento de índice no município, que é a inspeção dos imóveis ou trabalho casa a casa. Em breve será implementada a educação sobre o controle de vetores de doenças para a população em geral através de projeto aprovado pelo Ministério da Saúde”, explica.

De acordo com Analiz, as equipes intensificaram o trabalho em dezembro, período onde há aumento da temperatura, visitando possíveis locais apontados como criadouros de mosquitos. “A partir de dezembro teremos mais contratações de agentes de endemias para que o trabalho seja mais abrangente”, garante. Além disso, ela salienta a importância da conscientização para evitar um surto da dengue e outras possíveis epidemias, como a chikungunya e o zika vírus. “Uma revisão por semana nestes locais é suficiente para evitar a proliferação do mosquito e também impedir a aproximação de outros animais indesejados, como baratas, escorpiões, ratos, etc”, salienta.

Para o secretário de Saúde, Diogo Segabinazzi de Siqueira, além do trabalho da equipe, é preciso que a população faça a sua parte para manter o controle das epidemias. “Contamos com uma excelente equipe de agentes endêmicos. Eles estão fiscalizando, procurando focos, verificando irregularidades, mas não depende somente deles. Depende muito mais de cada morador de Bento Gonçalves fazendo a sua parte, cuidando do seu quintal, denunciando as irregularidades”, garante.

Estratégias

Com a chegada da estação mais quente e propícia para a proliferação do Aedes Aegypti, os agentes de endemias deverão reforçar a fiscalização e as visitas em domicílios e terrenos de Bento Gonçalves, visando procurar e eliminar possíveis criadouros. “Tampar caixas de água, desentupir calhas, evitar lixo reciclável em locais inadequados, colocar pneus em locais cobertos, evitar tanques e tonéis para armazenamento de água que não tenham proteção, ralos que acumulam água devem receber tela anti-mosquito ou ser tratados com água sanitária ainda continuam sendo as melhores maneiras de prevenção”, afirma Analiz.

Números estaduais também apontam queda

O Rio Grande do Sul permaneceu quase um ano sem registrar dengue autóctone (quando é contraída dentro do território), mas voltou a confirmar casos da doença, conforme balanço apresentado pela Secretaria da Saúde (SES), na semana passada. As duas ocorrências, localizadas em São Gabriel e Santana do Livramento, representam a menor incidência da enfermidade na série histórica do Estado. A atualização dos dados foi apresentada pelo secretário adjunto da Saúde, Francisco Paz, durante reunião do Comitê Estadual Intersetorial de Combate ao Aedes.

Segundo Paz, os dois registros acendem o alerta e surpreendem, pois a expectativa era de fechar o ano sem nenhum caso autóctone. “Os casos indicam que o vírus esteve presente nas duas cidades e nos preocupam como previsão para o verão”, destaca. Ele adverte que o cuidado deve ser maior nos meses de calor, período em que o inseto se prolifera com facilidade. “Insistimos que a população entenda que é obrigação de cada cidadão, pelo menos uma vez por semana, examinar todos os cantos da residência e verificar a presença de criadouros em locais com água parada”, acrescenta.