A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Fosfoetanolamina que investiga supostas falhas nos testes clínicos para a liberação da substância sintética, também conhecida como pílula do câncer, aprovou na terça-feira, 7 de novembro, a convocação de nove pessoas para falar sobre possíveis disparates na condução das avaliações. A aplicação da droga em humanos iniciou em julho do ano passado e pretendiam testar a eficácia da substância sintética no tratamento do câncer.
Entre as pessoas que serão ouvidas na CPI da Assembleia Legislativa de São Paulo, estão o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira, o professor Gilberto Chierice, um dos estudiosos da pílula, e Bernadete Chioffi, membro da auditoria dos testes clínicos. A próxima reunião da CPI será na próxima terça-feira, 14, às 14h30min. Além dos três especialistas, deverão ser ouvidas pessoas que participaram da fabricação da pílula e da aplicação dos testes.
A pílula, que vinha sendo distribuída a pacientes oncológicos gerou polêmica no país. A distribuição foi proibida e muitas pessoas começaram a entrar na Justiça para ter acesso à substância. Testes clínicos em humanos começaram, então, a ser feitos em São Paulo para testar a eficácia da droga.
Em março deste ano, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) suspendeu os estudos porque concluiu pela falta de comprovação da eficácia da fosfoetanolamina sintética no combate ao câncer. Segundo a pesquisa, de 72 pacientes com tumores sólidos avançados tratados com a pílula do câncer, apenas um obteve resposta parcial.