No primeiro semestre de 2025, 42% dos desligamentos no Rio Grande do Sul foram por pedido de demissão do próprio trabalhador. Dos 812 mil contratos com carteira assinada encerrados no período, 343,8 mil foram rompidos por decisão dos empregados, 17% a mais do que no mesmo período do ano passado. O cenário indica maior rotatividade no mercado de trabalho, impulsionado pelo aquecimento das vagas formais.

Foi a primeira vez em que desligamentos a pedido são os mais frequentes em um primeiro semestre do ano — afirma José Scorsatto, presidente da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), responsável pelas agências do Sine. Segundo ele, os pedidos de demissão são relativamente mais comuns entre mulheres, trabalhadores mais jovens e pessoas com maior escolaridade. Por setores, predominam nos serviços, seguidos pelo comércio e pela indústria.

Embora esteja desacelerando, o mercado de trabalho segue robusto. No segundo trimestre, a taxa de desemprego caiu para 4,3% no Estado, o menor patamar desde o início da pesquisa do IBGE, em 2012. O emprego com carteira assinada também vem batendo recordes.

Mesmo com o número elevado de desligamentos, as contratações superaram as demissões. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostram que o Rio Grande do Sul fechou o semestre com saldo positivo de 76.368 empregos criados.