
A partir de sua identidade cultivada na vitivinicultura, Bento Gonçalves, uma cidade com matriz econômica altamente diversificada, criou com o turismo mais uma vertente para esse pluralismo produtivo que a caracteriza.
Amplificado, principalmente, com o advento do enoturismo, iniciado com a Fenavinho e potencializado pelas vinícolas nos anos 1990, o município soube partir desse princípio para construir outras ramificações turísticas, enriquecendo-a como destino de visitação. O turismo de aventura, o turismo gastronômico, o turismo de negócios e, mais recentemente, o turismo de fé, são exemplos disso.
Dessa forma, essa atividade se consolidou como estratégica para o município, fomentando sobremaneira sua economia, gerando trabalho e renda e contribuindo com a arrecadação de impostas. O Bento+20 reconheceu isso, elencando o turismo como uma das prioridades no planejamento estratégico da cidade pelo Masterplan. Basta imaginar, por exemplo, como hotéis, restaurantes e lojas foram impactados positivamente pelos cerca de 1,5 milhão de visitantes que estiveram na cidade em 2023, conforme dados da prefeitura. Se hoje estamos num patamar referencial nesse quesito, principalmente dentro do que se entende por turismo de experiência, foi porque, no passado, iniciativa privada e poder público souberam caminhar juntos para promover Bento Gonçalves. Essa força conjunta é vital para fortalecer as iniciativas que os estabelecimentos criam, enquanto os governos atuam para ofertar infraestrutura, atuando de modo sinérgico.
Há pouco mais de um ano, quando sofremos as consequências do clima, com estradas e aeroportos comprometidos pelos altos índices pluviométricos, foi possível compreender o quanto a atividade turística é importante para Bento Gonçalves. Até os dias de hoje esse efeito é sentido. No Vale dos Vinhedos, por exemplo, 80% das vinícolas dependem do turismo.
Julho, mês de alta temporada para o segmento, nos convida a refletir sobre o tamanho dessa importante atividade para o município. E o Bento+20 é a plataforma adequada para que tenhamos esta reflexão e discussão. Aliar novos atrativos, com o olhar para a sustentabilidade do negócio, que está baseado nas nossas paisagens e cultura, é imperioso para que sigamos, no futuro, brindando a chegada contínua de turistas.