Tô brabo! E que Deus me inspire a escrever sem mencionar palavrões pois a vontade que dá é mandar todos eles a “m”.
Semana passada fui a Porto Alegre com uma missão difícil e para não pegar trânsito madruguei. Tinha que regressar cedo e marquei o almoço aqui em Bento. Na entrada de Porto Alegre, que eu ainda conheço por Avenida Castelo Branco, agora Legalidade, tudo estava parado. Liguei o rádio e veio a notícia: “Sindicalistas e estudantes, agitando bandeiras, estão reunidos na Avenida Mauá, próximo da Estação Rodoviária, protestando contra a PEC…”.
Depois de uma hora no engarrafamento, quando passei por eles, apenas uma centena e já controlados pela Brigada Militar, coloquei a cabeça para fora do carro e gritei tudo o que tive vontade: BANDO DE VAGABUNDOS, VÃO TRABALHAR SEUS FOLGADOS!.
Não tenho certeza mas acho que ouvi de algum deles: “tu qué apanhá seu puto”. Foi baixaria mesmo, coisa de gentalha.
Imaginem se o Carlinhos, por brigar com sua namorada Marcinha, reunisse uns amigos e parentes e trancasse a rua para protestar pela perda de seu amor. O Carlinhos ia é dormir na cadeia.
Se qualquer um, isso mesmo, qualquer desqualificado, tivesse o direito de trancar a rua, o mundo viraria uma bagunça.
O direito de um trabalhador é ter trabalho digno, mudar de emprego quando desejar para procurar um lugar melhor, se interessar pelo empreendimento onde trabalha para que possa receber em dia sua remuneração e ter seu contrato cumprido conforme a legislação.
O estudante tem o direito de ser ensinado, de frequentar o estabelecimento onde foi aceita sua matrícula, de questionar quem lhe dá aulas para resolver suas dúvidas e até de discordar com o que lhe é ministrado, mas na prova que responda o que lhe pedem, senão toma pau por inventar respostas ainda não aceitas.
O direito do trabalhador não permite que ele impeça os outros de trabalhar. O estudante não tem o direito de impedir a dedicação de outros estudantes. Um bando de vagabundos mal orientados se dão o direito de atrapalhar a vida de quem trabalha e de quem estuda, lutando por uma vida melhor. Tem é que acabar com esta farra.