Categoria exige reajuste salarial, correção do vale-alimentação e explicações sobre retirada de direitos

Os servidores públicos de Bento Gonçalves darão início a um estado de greve, que será formalmente notificado à prefeitura nesta quinta-feira, dia 14. A decisão foi tomada em assembleia realizada nesta quarta-feira, dia 13, na qual os servidores deliberaram pela concessão de um prazo de dez dias, até o dia 24, para que o prefeito receba o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bento Gonçalves (SINDISERP) e atenda às demandas da categoria.

Entre as principais reivindicações estão a apresentação de uma proposta de reajuste salarial, atualmente em atraso, e a correção do vale-alimentação. Além disso, os servidores cobram explicações sobre a prometida modernização administrativa, que serviu de justificativa para a retirada dos biênios, bem como outros pontos considerados essenciais para a categoria.

Nos últimos dias, os servidores sofreram perdas significativas de direitos com a aprovação de projetos considerados polêmicos pelo Executivo, que contou com o apoio da maioria dos vereadores no Legislativo. 

A presidenta do SINDISERP, Neilene Lunelli, destacou a postura do Executivo ao longo do processo. “Desde o início, houve esforços para dialogar, mas a intransigência do Executivo em não negociar ficou evidente, contrariando inclusive a legislação”, afirmou Lunelli.

A categoria alerta que, caso o prazo de negociação não seja cumprido, uma greve será deflagrada como último recurso para garantir os direitos dos servidores, conforme decidido pelos participantes da assembleia realizada na Escola Bento.

Os trabalhadores públicos têm relatado ameaças e represálias em setores da administração municipal, mas permanecem mobilizados. “Os servidores, unidos e determinados, seguem mobilizados, mesmo diante de ameaças e represálias em setores da administração municipal. Eles reafirmam seu compromisso com a justiça, o respeito à população e a luta por melhores condições de trabalho e valorização”, destaca a presidente.

A assembleia contou com a presença do presidente da Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT-RS), Amarildo Cenci, que expressou solidariedade à categoria, e do vereador Moisés Scussel, que manifestou apoio aos servidores ao votar favoravelmente aos trabalhadores na sessão legislativa da última segunda-feira, que lotou o plenário da Câmara Municipal.

Projeto aprovado na câmara

Os Projetos de Lei Complementar (PLC), enviados ao Legislativo, impactam diretamente a carreira dos servidores. Os projetos 1 e 2 preveem o fim do pagamento do biênio e da licença-prêmio, mas essas mudanças valerão apenas para novos concursados. No entanto, outros PLCs afetam os servidores atuais, eliminando direitos como a licença para tratar de interesses particulares, a carga horária suplementar dos professores e o abono de permanência.

Foram contrários à alteração os Vereadores Moisés Scussel e Alcindo Gabrielli, ambos do MDB, Joel Bolsonaro e Sidinei Postal, ambos do PL. Os Vereadores Volmar Giordani (Republicanos) e Letícia Bonassina (PL) estiveram ausentes.