Os servidores públicos municipais de Bento Gonçalves decidiram, em assembleia realizada na última quinta-feira, 13, entrar em estado de greve. A categoria estabeleceu um prazo de dez dias, até 24 de março, para que o prefeito receba os representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bento Gonçalves (SINDISERP-BG) e atenda às reivindicações da classe.

Entre as principais demandas dos servidores estão a apresentação de uma proposta de reajuste salarial, que está em atraso, a revisão do valor do vale-alimentação e esclarecimentos sobre a chamada modernização administrativa, que motivou a retirada de direitos da categoria. O movimento é uma resposta à falta de diálogo com o Executivo municipal, que, segundo o SINDISERP-BG, tem se mostrado inflexível nas negociações.

Apesar da mobilização e das perdas salariais sofridas nos últimos anos, os servidores reforçaram seu compromisso com a população e decidiram manter os serviços essenciais. No entanto, caso não haja avanços concretos nas negociações até o dia 24 de março, uma greve geral poderá ser deflagrada.

A presidente do SINDISERP-BG, Neilene Lunelli, destacou que a categoria sempre buscou o diálogo para resolver a situação de forma pacífica, mas reforçou a necessidade de serem ouvidos pelo Executivo. “Desde o início houve esforços para dialogar, mas a intransigência do Executivo em não negociar ficou evidente, contrariando inclusive a legislação. Nossa luta é por um reajuste justo, revisão do vale-alimentação e esclarecimentos sobre as medidas que impactam a nossa categoria”, afirma.

O encontro também contou com a presença do vereador Moisés Scussel, que manifestou apoio aos servidores na sessão da Câmara Municipal realizada na última segunda-feira, 11. Além disso, os trabalhadores receberam solidariedade do presidente da Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT-RS), Amarildo Cenci.

A decisão pela mobilização foi impulsionada pela falta de avanço nas negociações com a administração municipal, que, de acordo com a categoria, ainda não apresentou uma proposta de reajuste salárial, não revisou o valor do vale-alimentação e também não esclareceu as mudanças propostas na estrutura administrativa.

Os servidores criticam ainda a recente decisão da Câmara Municipal, que aprovou medidas justificadas pela modernização da administração, mas que impactam diretamente os direitos da categoria. Segundo o SINDISERP, a retirada desses direitos ocorreu sem um amplo debate com os servidores, o que gerou insatisfação e revolta.

A mobilização dos servidores segue firme, e, caso o Executivo não apresente uma solução viável dentro do prazo estipulado, a categoria pode deflagrar a greve, o que impactaria diretamente a população de Bento Gonçalves.

A prefeitura ainda não se manifestou oficialmente sobre o pedido de reunião. O desfecho da situação dependerá do atendimento das demandas dos servidores dentro do prazo estabelecido.