A condição pode ser mais presente em dias de muito calor

A hipotensão ortostática, caracterizada pela queda acentuada da pressão arterial ao se levantar, pode ocasionar tonturas e até desmaios em casos mais graves. Embora seja mais frequente em pessoas idosas, a condição não está restrita a essa faixa etária e pode afetar indivíduos de diferentes idades, especialmente em dias de calor intenso ou no uso de medicamentos anti-hipertensivos.
A situação ocorre quando o organismo falha em redistribuir o sangue de forma adequada, direcionando-o para as pernas ao ficar de pé. Esse desajuste pode ser potencializado pelo calor excessivo e pelo consumo de medicamentos que interferem na pressão arterial.

Giovanni Zattera Sganzerla, médico cardiologista

O cardiologista Giovanni Zattera Sganzerla, especialista na área, explica que a hipotensão ortostática pode ter duas principais origens: o comprometimento dos reflexos autonômicos e a redução do volume sanguíneo circulante. “O comprometimento dos reflexos pode se dar por diversas causas, tais como doenças neurodegenerativas, diabetes e outras neuropatias. A depleção de volume pode ocorrer por ingestão insuficiente de água, uso excessivo de diuréticos e outras medicações, vômitos, diarreia, entre outros”, esclarece o cardiologista.
O tratamento da hipotensão ortostática depende da identificação de sua causa, podendo incluir intervenções medicamentosas ou não, conforme o caso. Em situações onde múltiplos fatores estão envolvidos, a abordagem terapêutica pode exigir uma combinação de estratégias.
Embora a condição seja mais prevalente entre os idosos, suas consequências podem ser ainda mais graves nesse grupo etário. Além dos episódios de tontura, o risco de quedas, fraturas e traumatismos aumenta significativamente, o que torna a condição ainda mais preocupante.
O cardiologista enfatiza a importância da hidratação adequada, especialmente em dias de temperaturas elevadas, e recomenda cautela ao se levantar após longos períodos de repouso, “sendo preferível primeiro ficar sentado por um breve intervalo de tempo antes de ficar em pé”, complementa Giovanni.
Por fim, o especialista alerta que, caso os episódios de tontura persistam, é fundamental realizar uma avaliação médica para determinar a causa e iniciar o tratamento adequado.