Famílias sofrem com furtos de letreiros de jazigos há mais de um ano, mesmo com BOs, pouco foi feito para aumentar a segurança do local

Os furtos de letreiros nos cemitérios municipais têm se tornado um problema recorrente e preocupante para famílias que possuem jazigos nos locais. No Cemitério Central, três casos já foram registrados entre 2024 e 2025, sendo dois no ano passado e um este ano. Embora o local conte com câmeras de monitoramento, as ocorrências continuam, gerando prejuízos financeiros e emocionais para os donos.

Matheus Chiossi Zapalaglio, proprietário de um jazigo no Cemitério Central, relata que já foi vítima quatro vezes no último ano. “Já é a quarta vez que roubam. Colocaram câmeras e segurança no cemitério, mas de nada serviu, seguem roubando”, afirma. Segundo ele, o problema não é exclusivo do Cemitério Central. “Falamos na prefeitura com o pessoal responsável, com o Demódio Wagner, que comentou que estão assaltando todos os cemitérios da região, mas que nada podem fazer a fim de evitar”, declara.

Em um dos furtos, levaram quase todos os letreiros da família Chiossi

O que dizem as autoridades

Diego Salini, secretário de Mobilidade Urbana, explica que a orientação da Secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana para os proprietários de jazigos é registrar um Boletim de Ocorrência (BO) em caso de furto. Segundo ele, os casos no Cemitério Central são mais frequentes devido à extensão territorial do local, que dificulta a cobertura total pelas câmeras e pelos guardas. “Os infratores, por sua destreza, acabam ficando fora do campo de visão do guarda e das câmeras de monitoramento”, pontua.

O secretário também confirma que furtos de letreiros têm sido registrados, embora com menor frequência, em outros cemitérios municipais. Ele destaca que os casos conhecidos envolvem inscrições feitas de bronze, material de maior valor no mercado clandestino. Apesar das dificuldades, Salini afirma que projetos para a instalação de câmeras em outros cemitérios públicos estão em desenvolvimento. “Já existe monitoramento no Cemitério Central, e estamos trabalhando para implementar equipamentos nos demais cemitérios públicos”, comenta.

Quanto à investigação dos casos, o delegado Rodrigo Morale, da 2ª Delegacia de Polícia, informou que os furtos estão sendo apurados, mas que o número de ocorrências é relativamente baixo.

Para cada letreiro roubado o custo é de R$500

Impactos financeiros e emocionais

Para famílias como a de Chiossi, a reposição das inscrições representa um custo significativo. “O material dos letreiros é de cobre, e o gasto é de R$ 500 cada vez que trocamos e para cada um deles. Temos cinco pessoas da família ali no jazigo”, afirma. Além do impacto financeiro, os furtos também trazem indignação e sensação de desamparo.

A prefeitura, por meio da Secretaria de Mobilidade Urbana, reforça a importância do registro de BO para que os casos possam ser investigados e integrados a uma base de dados. No entanto, a sensação de insegurança persiste, especialmente entre os proprietários que têm sofrido repetidas perdas.