A reconstrução da ponte na ERS-431, na localidade de Santa Bárbara, entre os municípios de Santa Tereza e São Valentim do Sul, enfrenta novos atrasos devido à burocracia em processos licitatórios. A obra, que visa substituir uma estrutura essencial para a mobilidade da região, que foi arrastada pelas águas em setembro do ano passado, deve iniciar apenas no final do ano, contrariando expectativas anteriores.
A empresa vencedora da licitação, Vereda Engenharia Ltda, de Belo Horizonte, Minas Gerais, aguarda a conclusão da análise documental por parte da Central de Licitações do Governo do Estado. A homologação da escolha e a assinatura do contrato só ocorrerão após a aprovação final do órgão responsável.
De acordo com a Secretaria Estadual de Logística e Transportes, a ordem de início das obras está prevista para setembro, mas a execução real dos trabalhos está estimada para ocorrer apenas no final do ano. Esse atraso se deve principalmente ao processo burocrático prolongado.
Promessas e expectativas
Durante uma audiência em fevereiro com prefeitos e lideranças empresariais dos municípios afetados pela ausência da ponte, o secretário da pasta, Juvir Costella, havia prometido que a obra seria realizada em até dois anos. Na ocasião, Costella afirmou que, dependendo das condições climáticas, a obra poderia ser finalizada em um prazo menor, com uma expectativa de conclusão em 18 meses. “A urgência da obra tem que acontecer. Nós temos uma expectativa de em 18 meses começar e terminar a obra, podendo variar um ou dois meses conforme as condições climáticas. A obra não vai atrasar por falta de recurso,” disse o secretário na época.
Detalhes do projeto
A licitação para a reconstrução da ponte foi realizada em 26 de julho e está em fase de análise documental. A proposta da Vereda Engenharia Ltda foi fechada por R$ 31.377.667,00, sendo aproximadamente R$ 24,4 milhões financiados pelo governo federal e R$ 6,9 milhões pelo governo estadual. O projeto será realizado sob o Regime de Contratação Integrada (RCI), onde a mesma empresa que desenvolve o projeto também será responsável pela execução da obra.
A nova ponte terá 320 metros de extensão, superando em 51 metros a ponte anterior, e contará com maior largura e capacidade de carga, visando atender de forma mais eficiente às necessidades de transporte da região.
Enquanto a ponte não sai, balsa é o único meio de travessia
Desde a manhã de sábado, 10, a balsa que faz a travessia entre São Valentim do Sul e Santa Tereza retomou suas operações, funcionando diariamente das 7h às 17h30min. A nova balsa, que possui dimensões de 24m x 9m e área total de 216m², pode transportar até 15 veículos leves e realiza a travessia de cerca de 150 metros em aproximadamente 15 minutos – incluindo 12 minutos para embarque e desembarque e 3 minutos para a travessia efetiva. Dependendo da demanda e do andamento dos serviços, os horários poderão ser ampliados.
A reinstalação da balsa é um alívio significativo para a população local, pois a estrutura anterior foi destruída durante as enchentes que afetaram a região em maio deste ano. A balsa original foi arrastada contra a ponte da BR-386 e afundou, interrompendo o tráfego entre o Vale do Taquari e a Serra. A nova embarcação, menor que a anterior, foi autorizada temporariamente até que uma balsa de maior porte possa ser colocada em operação.