Comemorado no dia 21 de junho, São Luís, considerado o padroeiro da juventude, mobilizou mais de 300 pessoas nesse domingo, 23, no bairro Jardim Glória para missa e festa em sua honra. O valor arrecadado na celebração será revertido em melhorias patrimoniais

São Luís Gonzaga é o padroeiro da juventude e foi escolhido pelo bairro Jardim Glória ainda na década de 80 devido ao alto número de jovens envolvidos em acidentes e doentes na localidade. A comunidade, desesperada, clamava por uma melhora na situação. Assim, hoje, o bairro já comemora 37 anos tendo São Luís como seu padroeiro, celebrado todo dia 21 de junho ou no domingo mais próximo.
No dia 23, mais de 300 pessoas se reuniram para homenagear o santo, participando da missa e do almoço festivo que se seguiu. Em uma experiência nova, as crianças catequizandas foram as festeiras, emocionando os presentes com sua entrada. Ao todo, foram 27 crianças, sendo elas: Arthur Pierry Dutra, Artur Genzler, Betina Favretto, Evelyn Soares, Julia Da Cunha, Laura Boch, Lorenza Anita Rampazzo, Maria Vitória Peruzzo, Pietra Rampazzo, Sarah Rosa, Arthur Pires, Vinicius Dallagnese, Manuella da Rosa, Maria Luisa Da Silva, Emanuele Vitória Nascimento, Taiza Da Silva, Isabelly Cristine Casagrande, Felipe Cesar Silveira, Arthur Loureiro, Gabriela Inácio, Isabelly Victoria De Oliveira, Jose Kauã Bau, Michely Lazzarotto, Nicolas Boch, Rafaela Inacio, Valentina Pavi e Yuri De Ávila.

A festa reuniu mais de 300 pessoas

“Desenvolvemos várias atividades, religiosas e sociais”

Luiz Gromowski, presidente da comunidade há oito anos, relembra sua trajetória. “A minha história na comunidade vem desde a infância; meus pais sempre trabalharam na parte social e religiosa. Encontrei na educação dos meus pais a motivação para seguir este caminho. Fiz parte das agremiações, do futebol, do clube e, há oito anos, sou presidente da comunidade”, conta. Ele complementa: “Passei por um momento difícil na minha vida por causa de doenças. Alcancei uma graça e a comunidade se uniu em torno desse propósito. Hoje, me sinto gratificado, principalmente por Deus e pelas pessoas da comunidade, e tenho o dever de contribuir e dar tudo de mim”, declara.

Com uma comunidade grande e ativa, Gromowski ressalta que muitos planos se tornam possíveis. “Desenvolvemos várias atividades, religiosas e sociais. Temos uma comunidade bastante ativa, e é uma satisfação porque, juntamente comigo, há tantos outros que colaboram para que haja êxito e sucesso, principalmente todos os anos com as comemorações alusivas às festividades de São Luís. Este ano, estamos incluindo as crianças da catequese e a juventude, para termos no futuro a garantia de que a comunidade seguirá ativa”, afirma.

O valor arrecadado na festa já tem destino e servirá tanto para as reformas necessárias quanto para melhorias na parte social. “Na nossa comunidade, mantemos a igreja, a sala funerária e o salão comunitário, que, quando assumimos, estava em uma situação bem difícil. Fizemos reformas, trocamos o telhado, construímos uma nova igreja e, hoje, estamos ampliando o novo salão e pretendemos construir o palco. Vamos também realizar obras de melhorias na área em torno. O que antes era um déficit, hoje temos um superávit, graças à comunidade e ao dinheiro arrecadado, que será revertido em ações sociais e patrimoniais”, conclui.

Dentre tantas pessoas que fazem a celebração ocorrer, está Nilva Casagrande, voluntária há 20 anos na cozinha das festas. “É muito gratificante participar; não dá para negar que é cansativo, mas no final vale a pena. Saímos daqui com aquele sentimento de dever cumprido e felizes”, salienta.
Para realizar um almoço para tantas pessoas, a organização é fundamental. “Fazemos reuniões todos juntos, decidimos o cardápio e no fim sempre dá certo. Há um mês, começamos esterilizando toda a louça; no sábado passado fizemos o pien e, neste sábado, lavamos e temperamos as carnes. No domingo, chegamos ainda de madrugada, cozinhamos as carnes, as batatas, e depois outra turma vem para lavar a sala verde e cortar o repolho”, relata.

Festeiros

Pela primeira vez, fugindo da tradição de casais, os festeiros foram as crianças da catequese, aproximando os jovens e as famílias. Maria Helena Fornasier, coordenadora da catequese, conta como foi o processo. “Até o dia da festa foi bastante trabalhoso, porque trabalhar com criança é incrível, mas tem seu lado cansativo. Às vezes, programa-se um projeto e acaba não dando para executar. Mas, apesar do cansaço, vale a pena, porque, quando chega o dia, eles mostram que sabem”, destaca.

Para ela, o resultado não podia ter sido melhor. “Foi além da minha expectativa porque atingiu todo o público. Aqueles que estavam presentes até choraram; foi emocionante e atingiu o coração e a fé de todos. As crianças souberam passar todo esse sentimento, por isso digo que foi maravilhoso”, diz.
Cláudia Rampazzo, de 51 anos, é mãe das gêmeas Pietra e Lorenza, duas das 27 crianças que fizeram parte da celebração. Para ela, foi emocionante. “O dia que a Maria Helena contou para nós foi uma alegria imensa. Meu pai e minha mãe foram os primeiros festeiros do salão de São Luís, e foi como trazer tudo de volta, toda a recordação. Quando eles assumiram o compromisso, eu tinha a idade delas”, rememora.

Pietra Rampazzo, de 10 anos, sente que cumpriu seu dever e amou a experiência. “Foi muito bom ser festeira na comunidade. Gostei da missa, de ficar com os amigos, dos ensaios e de aprender sobre o nosso padroeiro. Já tinha vontade de ser festeira por conta dos meus avós; posso dizer que é um sonho realizado”, finaliza.

Os festeiros jovens prestaram homenagens para o Rio Grande do Sul