Cortar gastos?
O que mais se tem ouvido e lido ao longo das últimas décadas é a frase “TEM QUE CORTAR GASTOS”. E SEMPRE tendo como alvo prefeitos, governadores e presidente da república. Mas, QUEM questiona isso tudo? Será que ninguém lembra o que aconteceu nos governos militares ditatoriais? Esquecem como presidentes, prefeitos e governadores nomeados se “abasteciam” de funcionários públicos, correligionários e apoiadores e que, quando deixavam os cargos, os funcionários permaneciam no novo governo nomeado e que os seus sucessores “reabasteciam” com suas próprias “pessoas de confiança”, inflando as máquinas públicas inacreditavelmente, SEM que ninguém pudesse falar contra isso sob pena de “frequentar” porões do DOI-CODI (“normal” para quem ousasse discordar do regime).
Cortar o quê?
E o que dizer dos absurdos levados a efeito depois de Constituição de 1988? Alguém lembra do que milhares de prefeitos fizeram? Eu lembro muuuuitttoooo bem, pois escrevi várias colunas protestando (eu era voz única, solitária) contra o que foi feito, inclusive aqui, em Bento Gonçalves. Não lembram? Refrescarei memórias! Como havia muitos funcionários celetistas (OS NÃO CONCURSADOS, admitidos como “cargos de confiança”) tendo, pois, carteira de trabalho assinada e SEM ESTABILIDADE, resolveram tornar ESTÁVEIS todos eles.
Cortar o quê? II
Não satisfeitos com a “façanha”, ainda cometeram o descalabro – prefeitos e vereadores, sob o olhar passivo, cordato, omisso da população – de “fabricar” lei para LIBERAR o FGTS desses funcionários, brindados com a ESTABILIDADE, que, além de se tornarem estáveis, sacaram o FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO, numa violência contra os cofres públicos – nossos impostos – sem precedentes na história do Brasil.
Cortar o quê? III
Então, o que se tem visto há década é gente afirmando – como fazem agora, repetidamente – que “o governo quer aumentar impostos ao invés de cortar gastos, reduzir a máquina pública”. Mas, QUAL GOVERNO teve a coragem de sequer FALAR disso? E, claro, tivemos presidentes que detinham maioria absoluta a seu favor no Congresso Nacional. O que teve alguma iniciativa foi fhc, mas algo assim meio light, tipo “aliviar” uns 3% das benesses, porém apenas daqueles funcionários públicos de reduzido poder de pressão.
Deem sugestões, não só críticas!
O alto escalão dos executivos, o judiciário e os parlamentares de todos os níveis detêm, cada vez mais, “direitos” inimagináveis para qualquer outro mortal comum, nós, povão, no caso. Então, “cara-pálida”, que tal APONTAR QUAIS OS GASTOS QUE DEVEM SER REDUZIDOS E COMO DEVE SER FEITO? Sugestões ao presidente, governadores e prefeitos. Que tal?
A fúria dos aumentos
O governo federal, ao invés de tornar público os “benefícios” que a desoneração da folha de pagamentos os DEZESSETE setores da economia, aos quais é cantado, em prosa e verso, como sendo os “que mais empregam” no Brasil, preferiu retirar outro “benefício” que é a compensação do PIS e da COFINS. O resultado foi o óbvio! Setores não só ameaçaram como AUMENTARAM seus preços aos otários, digo, aos consumidores. A gasolina, por exemplo, foi alvo favorito. Sequer esperaram para saber se o Congresso Nacional aprovaria ou não a Medida Provisória do governo. Não aprovou e devolveu a MP. E os que pagaram a gasolina mais cara, como ficam? Só com cara de otários, como sempre?
Das “blusinhas”?
Incrível como se distorcem as informações, exclusivamente pela fúria político-partidária que está assolando TODA a Nação. Empresários pediram ao Congresso Nacional que fossem TRIBUTADAS TODAS as compras efetuadas em sites do exterior, diante da absoluta deslealdade na concorrência. Pequenas e micro empresas, que são as maiores empregadoras do Brasil, PAGAM altos impostos. Por que, então, mercadorias vindas do exterior NÃO PAGAM? Aí entram em cena os que adoram politizar tudo. Agora culpam o governo federal, mas fingem não saber que essas compras oferecem EMPREGOS NO EXTERIOR e PREJUDICAM os empregos de brasileiros.
Mas, para os mesmos…
E a politicanalhada aproveita. Danem-se as empresas brasileiras! Danem-se os empregos dos brasileiros! Empresas chinesas não gostaram do que o Congresso Nacional fez, inserindo 20% de imposto. Mas, pra essa politicanalhada, “o governo tributa as blusinhas”. E há quem goste disso. Empregos? Ora, pra quê, né?
Últimas
Primeira: Interessante! Em setembro de 2020, sem que nenhum desastre climático prejudicasse a produção de arroz no Rio Grande do Sul, foi importada 400 mil toneladas de arroz, sem que nenhum ataque de histeria fosse constatado pelos produtores do grão e nada impedia o transporte. E 99% dos brasileiros sequer tomaram conhecimento dessa importação;
Segunda: Por que, então, agora o anuncio da importação criou tantos problemas, sabendo-se que, no mínimo, o transporte seria prejudicado, bem como o armazenamento? E os preços do quilo do arroz, como estão, já que a produção é “satisfatória”? Será que há algo envolvendo política-partidária nisso tudo? Será?
Terceira: E o tal de “mercado” continua agindo. O dólar sobe e desce até porque alguém soltou um traque ou o reteve. Os riquinhos do mundo nunca estão satisfeitos com os bilhões e dólares que recheiam suas contas. Sempre querem mais, tirando dos que têm menos ou pouco. E tudo sob o “manto sagrado do mercado”;
Quarta: Os números não mentem. A fortuna dos que possuem mais de UM MILHÃO DE DÓLARES em capital disponível (algo em torno de 5,3 milhões de reais) aumentou 4,7% em 2023. E essa categoria de privilegiados aumentou 5,1% em 2023. Como se percebe, o “comunismo” está sendo massacrado pelos números. Os riquinhos fazem e desfazem, até convencendo os menos dotados de informações de que “o comunismo” está crescendo;
Quinta: Esses ricos detêm fortuna superior a 86 TRILHÕES DE DÓLARES (450 trilhões de reais), o que, segundo o FMI, supera o PIB das dez maiores economias do mundo, cujos países, juntos, atingem 69 TRILHÕES DE DÓLARES (373 trilhões de reais). Pois é, o “comunismo” é uma “ameaça ameaçadora”, né?
Sexta: Enquanto isso, “jênios” europeus, que manipulam a INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL se valem de fotos de crianças brasileiras para divulgar pornografia nas redes sociais. Mas, tem quem não veja “nada de mal”, afinal, a “liberdade de expressão” deve ser “sagrada” nas redes sociais. Putz! Claro que contém dose total de ironia. Pior é que existem os que recebem, acreditam e repassam as fantasias e mentiras.