“Escrevo para salvar a mim mesmo. Escrevo não para dar-me a conhecer, mas para conhecer-me melhor. Escrevo porque sinto que tenho muito dos outros em mim. Tenho muito do medo e da insegurança dos outros. Das angustias, das inquietações dos outros. Ou talvez escreva para achar-me nos outros. Para ser mais preciso, escrevo para matar a saudade de Deus. A necessidade de escrever me belisca o tempo todo. Resumindo: escrevo, não porque quero, mas porque preciso, como preciso respirar. Não vivo para escrever, mas escrevo para viver.”
Esse é apenas um pequeno trecho dos muitos textos que eram escritos por Flávio Ferrarini. O escritor que morreu precocemente e deixou suas obras, seus pertences e seus desejos hoje pode ser lembrado no Instituto que leva seu nome, que foi inaugurado na sexta-feira, 5 de agosto em Flores de Cunha.
O local é recheado de lembranças, em um canto sua máquina de escrever, em outro seus livros, sua crônicas de jornal, o violão companheiro de algumas músicas e até mesmo as cartas recebidas de alguns editores. Foi reunindo todas essas memórias que a irmã Madeleine Ferrari, uma das idealizadoras do projeto, criou o local. “Uma curva traiçoeira e sem sinalização acabou com sonhos e a vida do Flávio… também turvou nossos sonhos. Perdemos nosso alicerce. Como família tivemos que dar mais um até breve, mas seguindo nossos corações e os exemplos de pessoas como o Flávio, que em sua última crônica escreveu: “O amor cura qualquer dor”, continuamos nossa caminhada e despretensiosamente levantamos o Instituto”, comenta Madeleine.
A irmã de Ferrarini salienta que o espaço traz amor e muitas lembranças que foram feitas para continuar o legado cultural do escritor.
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