Novo vírus em maquininhas está em circulação no Brasil desde novembro de 2022
Nesta semana, a Kaspersky, empresa internacional de segurança digital, divulgou um artigo onde explica a chegada e o funcionamento de um novo golpe aplicado no Brasil. Os estelionatários estão mirando nos cartões de crédito e débito da população, por meio de um programa que modifica a máquina de leitura desses itens.
Diferentemente de outros meios, desta vez, ao tentar fazer um pagamento por aproximação, um erro aparece no leitor do aparelho, indicando que o cartão deve ser inserido. Ao colocá-lo, porém, o vírus consegue atuar, copiando os dados da vítima. Tudo é feito de forma remota pelos criminosos, conforme alerta a empresa de segurança.
Lojistas em alerta
O grupo criminoso, denominado como Prilex, precisa instalar o programa nos computadores conectados a máquinas de cartões. Para fazer isso, o artigo explica que os estelionatários se deslocam pessoalmente até uma loja, fingindo serem funcionários da operadora responsável pela maquininha. Ao ter contato com a estação, eles conseguem instalar o vírus, que ficará ativo a partir de então.
Por conta desse modo de operação criminal, lojistas e demais encarregados devem ficar atentos a abordagens suspeitas e inesperadas para operar computadores do local. É aconselhável verificar com a empresa responsável sobre aquela visita estar programada ou não para ocorrer.
Cautela dos clientes
Os consumidores que costumam utilizar pagamento via cartão, smartwatch ou smartphone por proximidade com a máquina, devem se atentar a mensagem “Erro aproximação. Insira o cartão”. Esse texto é criado pelos criminosos que já hackearam aquele equipamento. Caso isso aconteça, tente efetuar o pagamento com dinheiro ou transferência via Pix, só não insira o cartão.
A tecnologia de aproximação é mais segura ao proteger os dados, por isso o vírus precisa do contato direto com o chip. A partir da inserção em uma máquina contaminada, os estelionatários passam a ter acesso a todas as informações, possibilitando diversas transações fantasmas, que removem o dinheiro em conta ou utilizam todo o crédito disponível. O vírus ainda consegue distinguir os cartões de contas Black/Infinite ou semelhantes, que possuem muito limite disponível.
Barreira da aproximação
O grande crescimento de pagamentos por aproximação no Brasil e no mundo dificultou a ação de criminosos que clonam cartões. Somente em território nacional, no primeiro semestre de 2022, esse tipo de pagamento cresceu 474%. Em todo o ano, foram transferidos R$ 386 bilhões com esse método. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
O chefe da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky na América Latina, Fabio Assolini, afirmou no artigo que os pagamentos por aproximação fazem cada vez mais parte da nossa rotina. “Essas transações são extremamente convenientes e especialmente seguras, isso mostra a criatividade e conhecimento técnico dos criadores do Prilex com relação aos meios de pagamento. O bloqueio foi uma saída inusitada, porém eficaz. Isso faz o grupo brasileiro ser o primeiro a conseguir realizar fraudes com essa tecnologia, mesmo que de forma indireta”, detalhou.
Imagens: Securelist/Reprodução