Durante esta semana, produtores e técnicos ligados à produção da Cachaça de Paraty, que conta desde 2007 com a Indicação de Procedência concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), visitaram a Serra Gaúcha. O principal objetivo da missão foi conhecer a Denominação de Origem (DO) Vale dos Vinhedos, a Indicação de Procedência (IP) Pinto Bandeira de vinhos e outras ações ligadas ao turismo, como os Caminhos de Pedra.
O roteiro começou na Embrapa Uva e Vinho, instituição de pesquisa referência quando o assunto é indicação geográfica em vinhos no Brasil. “É importante termos produtos diferenciados, típicos de cada região”, resumiu, na abertura do encontro, o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Zanus. Ele destacou as Indicações Geográficas como uma ferramenta para organizar a valorizar a produção agropecuária no Brasil.
Os visitantes assistiram a uma palestra do pesquisador Jorge Tonietto sobre os processos de qualificação da denominação de origem Vale dos Vinhedos. Na sequência, puderam esclarecer dúvidas com profissionais envolvidos com o tema das indicações de vinhos. Além do pesquisador, estiveram presentes Ivanira Falcade, professora de geografia da Universidade de Caxias do Sul, Jaime Milan, consultor da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos e Arlete de Cesaro, secretária executiva da Associação de Produtores de Vinho de Pinto Bandeira. Finalizando a visita, o grupo participou de uma simulação de como atuam os comitês de degustação dos conselhos reguladores das indicações geográficas de vinhos, para a aprovação dos produtos que irão receber o selo de Indicação geográfica, uma das etapas obrigatórias do processo. Foram degustados vinhos da DO Vale dos Vinhedos e da IP Pinto Bandeira.
Durante a visita, Lucio Gama Freire, presidente da Associação dos Amigos e Produtores de Cachaça de Paraty (Apacap) revelou que esta não é a primeira vez que os produtores de Paraty se inspiram nos vinhos da Serra Gaúcha. Ainda em 2007, quando estavam elaborando o pedido de Indicação de Procedência, o processo pioneiro do Vale dos Vinhedos foi referência para eles. Agora, quando planejam buscar a DO, decidiram vir conhecer e esclarecer algumas questões pessoalmente. “A nossa maior comercialização dos produtos se dá nos próprios alambiques, situação semelhante A que ocorre com os vinhos aqui na Serra Gaúcha. Queremos conhecer como é o enoturismo aqui para trabalharmos melhor o vínculo do turismo com a cachaça”, destacou. A previsão é entrar com o pedido da DO da cachaça de Paraty no INPI até 2018.